Comunicação Coordenada

21/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC5.3 - CUIDADOS EM SAÚDE E REABILITAÇÃO NA PANDEMIA DA COVID-19

39067 - TRAJETÓRIAS ASSISTENCIAIS DE USUÁRIOS COM COVID-19: DAS MEDIDAS PREVENTIVAS À REABILITAÇÃO
PATTY FIDELIS DE ALMEIDA - PROFSAÚDE/ISC/UFF, ELISETE CASOTTI - ISC/UFF, RAFAELA FIDELIS LIMA SILVÉRIO - PPGSC/ISC/UFF, PAOLA VALADARES CONSOLE - SUBSECRETARIA DE GESTÃO DE REDES/SMS/NITERÓI


Apresentação/Introdução
Uma resposta integral a um problema sanitário da ordem da Covid-19 requer ações simultâneas em diferentes níveis do sistema de saúde. As transições entre ambientes de cuidados podem ser disruptivas para pacientes e familiares/responsáveis, com resultados adversos em distintos âmbitos da vida, sobretudo no caso daqueles acometidos pelos efeitos pós-Covid.

Objetivos
Compreender as trajetórias assistenciais de usuários que tiveram diagnóstico, internação e reabilitação por Covid-19 no município de Niterói/RJ com vistas à análise e aprimoramento das ações e serviços de saúde ofertados no SUS.

Metodologia
Trata-se de um estudo avaliativo com abordagem qualitativa, realizado com base em 28 entrevistas individuais presenciais com amostra intencional de usuários, entre setembro e dezembro de 2021. A maioria dos entrevistados tinha mais de 60 anos, metade negros/pardos, com renda familiar de até 2 salários-mínimos. Os participantes foram recrutados no Centro de Reabilitação pós-Covid. Cinco eixos orientaram a análise temática para a construção das trajetórias assistenciais: a) medidas de prevenção e apoio durante a pandemia; b) diagnóstico da Covid-19; c) a experiência com a internação hospitalar; d) necessidade de reabilitação e apoio pós-Covid; e) satisfação com os cuidados recebidos.

Resultados
A principal fonte de informação foram os telejornais. As medidas preventivas de higienização, as mais adotadas. Não foram identificadas ações comunitárias de apoio, sendo a família o principal suporte. Não houve tempos de espera para internação na unidade de referência para a Covid. A internação foi muito bem avaliada em função do acolhimento, cuidado multiprofissional, visitas virtuais e contato do médico com os familiares. O seguimento pós alta foi insuficiente, com grandes dificuldades em obtê-lo na rede pública. Foi frequente o uso de planos populares após a Covid. O acesso ao serviço de reabilitação, criado na unidade hospitalar, foi predominantemente pelo contato direto do hospital.

Conclusões/Considerações
Um olhar atento aos pacientes pós-covid e familiares exigirá o resgate do enfoque familiar e comunitário na APS. O alto grau de satisfação com os cuidados hospitalares está relacionado ao atendimento baseado nos princípios da humanização. As lacunas da rede pública abrem espaço para o seguimento dos planos populares para tratar novos e velhos problemas de saúde, amplificando a construção de itinerários terapêuticos solitários e privatizados.