Comunicação Coordenada

21/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC5.1 - IMPACTOS DA PANDEMIA: RECORTES DE GÊNERO

42295 - VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ENTRE AQUELAS NOTIFICADAS POR SUSPEITA DA COVID-19 NO ANO DE 2020
ANDRÉA MARIA ELEUTÉRIO DE BARROS LIMA MARTINS - UNIMONTES, MARIA BARROS LIMA MARTINS - UFMG, JOSÉ RONIVON FONSECA - UNIMONTES, MARISE FAGUNDES SILVEIRA - UNIMONTES, RAFAEL SOARES DUARTE MOURA - UNIMONTES, IVANA APARECIDA MENDES VELOSO - VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE MONTES CLAROS, MARA DAISY ALVES RIBEIRO - ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE MONTES CLAROS, SULIENE DE JESUS FERNANDES GONÇALVES - UNIMONTES, ANA CAROLINA DIAS DE OLIVA LESSA - ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE MONTES CLAROS, LAIANE FERREIRA DA SILVA - UNIMONTES


Apresentação/Introdução
A violência contra a mulher tem sido objeto de debates à nível mundial. Entretanto, não se trata de uma questão recente, tal violência com o acréscimo do isolamento social e da suspeita ou teste positivo para COVID-19 impactou a qualidade de vida das pessoas envolvidas, nos cenários jurídico, econômico, social e de saúde.

Objetivos
Avaliar a violência contra mulheres notificadas na vigilância epidemiológica por suspeita da COVID-19 em Montes Claros, Minas Gerais de março a dezembro de 2020.

Metodologia
Estudo transversal conduzido entre adultas (18-59 anos) de uma amostra probabilística aleatória simples (prevalência = 50%, nível de = 95%, margem de erro = 5% entre população finita de 9705 pessoas e acréscimo = 20%). Avaliou-se de forma digital, variáveis sociodemográficas e a violência por meio do World Health Organization Violence Against Women constituído por 13 itens distribuídos em três domínios: violência psicológica (4), física (6) e sexual (3), com respostas em escala de likert. Análises descritivas foram conduzidas por meio do SPSS 24.0. Foram consideradas questões éticas estabelecidas nas resoluções 466/2012 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde (Parecer CEP nº 4.101.281).

Resultados
Foram selecionadas 500 mulheres, 2 foram excluídas por não terem telefone. Dentre as 498 elegíveis 492 participaram, porém, só 443 responderam às perguntas sobre a violência (TR=88,95%). A média da idade foi de 33,9 anos. A escolaridade média foi de 11,7 anos. O estado civil predominante foi união consensual/casadas já a cor da pele/etnia/raça autodeclarada foi a parda. Houve preponderância da violência psicológica que variou de 46,75% (ameaça) a 60,3% (depreciação/humilhação). Seguida pela violência física que variou de 2,5% (tentativa de estrangulamento/queimadura) a 28,9 (tranco/chacoalhão). E violência sexual que variou de 1,8% (prática degradante) a 11,7% (relação sexual por medo).

Conclusões/Considerações
Constatou-se maior prevalência da violência contra mulheres durante o último ano se comparado ao contexto anterior a pandemia, principalmente no que diz respeito ao domínio emocional. A exposição desse cenário evidenciou a necessidade de medidas de proteção e apoio as vítimas, encorajando as denúncias e medidas de intervenção mesmo no contexto adverso da pandemia.