Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

44776 - CONDIÇÕES DE ESTUDO REMOTO E SAÚDE DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO DO NORDESTE BRASILEIRO NA PRIMEIRA ONDA DA PANDEMIA DA COVID-19
TAILANE DOS SANTOS ASSUNÇÃO - UFBA, ROSEMARY DA ROCHA FONSECA BARROSO - UFBA, MARIA DA PURIFICAÇÃO NAZARÉ ARAÚJO - UFBA, MARTHA LUISA MACHADO - UFBA, VALTERLINDA ALVES DE OLIVEIRA QUEIROZ - UFBA, MÔNICA LEILA PORTELA SANTANA - UFBA


Apresentação/Introdução
Em 2020 medidas para enfrentamento da epidemia da COVID-19 foram implementadas no Brasil de modo gradual e distinto nas diferentes Unidades da Federação. O setor de educação adotou como medida comunitária o ensino remoto emergencial e assim pergunta-se: Quais as condições de estudo (remoto) e de saúde de universitários de cursos de graduação durante o primeiro semestre do isolamento/distanciamento social?

Objetivos
Descrever a situação de saúde e o cenário das condições de estudo vivenciadas por estudantes de graduação do nordeste brasileiro que experimentaram o ensino remoto emergencial durante o lockdown da pandemia de COVID-19 no Brasil.

Metodologia
Estudo transversal aninhado ao projeto de pesquisa intitulado “Influência da pandemia da COVID-19 sobre a saúde mental e comportamento alimentar de discentes e docentes de instituições de ensino superior públicas e privadas: um estudo de coorte” - CoCASa que incluiu docentes e discentes de graduação de Instituições de Ensino Superior públicas e particulares dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal (DF). Os critérios de inclusão, exclusão bem como a coleta de dados podem ser encontrados no estudo de Santana et al. (2021). Foram utilizados dados referentes aos estudantes universitários do nordeste brasileiro, obtidos no baseline - julho/2020, e análises descritivas foram realizadas.

Resultados
Participaram 1949 estudantes dos nove estados do nordeste, com maior prevalência na Bahia (46%, n= 893), mulheres (74%, n=1443), média de 25 anos (DP: 7,5), pretos/pardos (62%, n=1213), solteiros (84,7%, n=1651). Relatos de sobrepeso/obesidade (25%, n=423), ansiedade (50%, n=871), depressão (19%, n=326), doenças respiratórias (28%, n=472), menos de 4% contraíram COVID-19 (n=64) e 54% tiveram pessoas próximas contaminadas (n=951). Verificou-se condições de estudo inadequadas: 52% (n=1021) possuíam computador pessoal, 19% compartilhavam o equipamento, menos de 50% tinham boa conexão com a internet (n=952), 22% (n=435) com espaço apropriado e 20% (n=389) tinham cadeira e mesa de escritório.

Conclusões/Considerações
O cenário vivenciado em 2020 por universitários do nordeste brasileiro acena para importantes questões relacionadas à saúde e estrutura para o estudo remoto que podem subsidiar políticas públicas voltadas para esse público. Foram encontradas condições inadequadas para o estudo remoto, demandando atenção no acompanhamento do desempenho acadêmico dos estudantes, bem como às condições de saúde relatadas, em especial às relacionadas à saúde mental.