Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

44337 - FATORES ASSOCIADOS AO RISCO DE A MULHER SOFRER ALGUM TIPO DE VIOLÊNCIA PELO PARCEIRO ÍNTIMO NO PERÍODO DE PANDEMIA DA COVID-19
MARGARETH AP. SANTINI DE ALMEIDA - FMB/UNESP, MARLI TERESINHA CASSAMAXIMO DUARTE - FMB/UNESP, HÉLIO RUBENS DE CARVALHO NUNES - FMB/UNESP, FABIANA MOTA LOBO - FMB/UNESP, RAYENE MATHEUS VIEIRA CUNHA - FMB/UNESP, DINAIR FERREIRA MACHADO - FMB/UNESP


Apresentação/Introdução
No contexto da pandemia do Coronavírus (COVID-19) medidas de distanciamento, ao determinar que as pessoas fiquem em casa, pode impactar diretamente sobre as mulheres, que já convivem com inúmeras expressões de violências, às quais estão enraizadas na desigualdade de gênero, de uma sociedade machista e patriarcal.

Objetivos
Estudar os fatores associados ao risco de a mulher sofrer algum tipo de violência pelo parceiro íntimo no período de pandemia da COVID-19.

Metodologia
Foi realizado um estudo transversal, cuja a amostra foi constituída por 981 mulheres, com 18 anos ou mais, a maioria residente no estado de São Paulo (76,7%). A coleta de dados foi realizada a partir de divulgação da pesquisa nos vários meios de comunicação digital, por meio de envio de questionário eletrônico, tipo Websurveys, de janeiro a maio de 2021. Foram analisadas variáveis sociodemográficas e relativas a agressão na pandemia de COVID-19. As associações foram verificadas por modelos de regressão múltipla de Cox. Diferenças estatisticamente significativas foram consideradas se p < 0.05.

Resultados
As mulheres tinham em média 42 anos, 90,3% declarou ser heterossexual, 66,8% e 65,3% ter filhos e ensino superior ou mais, respectivamente. 42,5% sofreu violência por parceiro na vida e 11,5% na pandemia. O risco de sofrer agressão na pandemia aumentou entre mulheres que relataram piora na relação familiar [1,56 (IC95%: 1,04-2,34); p= 0,031], que o distanciamento social contribuiu para o aumento dos conflitos e agressões [1,88 (IC95%: 1,11-3,18); p= 0,020], que conhecia alguém que sofreu agressões por companheiro (a) no período da pandemia [1,89 (IC95%: 1,25-2,87); p= 0,003] e entre mulheres que sofreram alguma agressão psicológica na vida [9,16 (IC95%: 4,76-17,63); p= 0,000].

Conclusões/Considerações
A presente investigação possibilitou uma aproximação da realidade concreta em pequeno espaço de tempo. O risco de sofrer violência por parceiro na pandemia é maior entre as mulheres que já haviam sofrido violência na vida, o que reforça a necessidade de ampliar as formas de enfrentamento, prevenção e produção da assistência em saúde, na perspectiva da saúde integral e a conquista de direitos humanos e sociais.