Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

43698 - PERFIL DAS PESSOAS VACINADAS CONTRA COVID-19: ACESSO À VACINAÇÃO E HESITAÇÃO VACINAL CONTRA A VACINA DE COVID-19
VICK BRITO OLIVEIRA - FIOCRUZ-PE, ADRIANA FALANGOLA BENJAMIN BEZERRA - UFPE, SYDIA ROSANA DE ARAÚJO OLIVEIRA - FIOCRUZ-PE


Apresentação/Introdução
O debate sobre hesitação vacinal ganha notoriedade no Brasil diante da queda na cobertura vacinal, com destaque para a vacinação infantil e a vacinação contra Covid-19. Sabe-se que a redução da cobertura vacinal ou dificuldade para alcance das metas vacinais podem ou não estar relacionada à hesitação vacinal. Nesta discussão, faz-se necessário a discussão de acesso como categoria fundamental.

Objetivos
Descrever o perfil das pessoas vacinadas contra Covid-19 em um município da Região Metropolitana do Recife-PE (RMR), a luz da discussão de acesso e hesitação vacinal.

Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo sobre o perfil das pessoas vacinadas contra Covid-19 em um município da RMR. Foram aplicados 82 questionários com pessoas vacinadas em dois pontos de vacinação do município, entre os meses de dezembro de 2021 e março de 2022. A amostra considerou duas regionais de saúde, com cerca de 250 mil habitantes. O instrumento, tipo escala Likert, foi elaborado considerando a categoria acesso, segundo Levesque et al (2013). Os aspectos éticos foram respeitados e a análise inicial dos dados foi realizada considerando o diário de campo elaborado no decorrer da aplicação dos questionários e a literatura sobre acesso e hesitação vacinal.

Resultados
A média de idade dos entrevistados foi de 46 anos, 64,6% sexo e gênero feminino, 73,1% negros, 37,8% com ensino médio completo, 82,9% vivem com renda familiar de até dois salários mínimos, 53% precisou se deslocar em relação ao seu bairro para primeira e segunda dose, 39% precisou dispor de dinheiro para chegar ao local, 35,3% foi liberado das atividades de remuneração/diária para vacinar, 58,5% discordam que se vacinaram fora do horário de trabalho, 54,8% concordou que o meio de comunicação da Secretaria de Saúde foi principal fonte de informação, 50% utilizou outros meios de comunicação, 17,07% estava em atraso vacinal, 46,34% sinalizaram que as pessoas ao redor discordaram da decisão de vacinar.

Conclusões/Considerações
Os dados despertam considerações acerca da necessidade de aprofundar a investigação sobre o acesso, a priorização da vacina frente às outras demandas mais urgentes da vida das pessoas e essa relação com a definição de hesitação vacinal. Ressalta-se que o fenômeno se apresenta com as influências contextuais, individuais e grupais, com especificidades e merece atenção para respostas dos sistemas de saúde e programas de vacinação.