Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

43630 - PERFIL SOCIOECONÔMICO DE CUIDADORAS DE CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME CONGÊNITA DA ZIKA E APOIO SOCIAL PERCEBIDO DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19.
MILLANI SOUZA DE ALMEIDA LESSA - UFBA, FEDERICO COSTA - UFBA, GABRIELA AMARAL AZEVEDO - UFBA, VALMIR NASCIMENTO RASTELY JUNIOR - UFBA, JUAN PABLO AGUILAR TICONA - UFBA, NIVISON NERY JUNIOR - UFBA, ADRIANA MARQUES DE MATTOS - HGRS/SESAB


Apresentação/Introdução
A tensão gerada diretamente pelas demandas do cuidado à crianças com alterações no desenvolvimento, como aquelas diagnosticadas com Síndrome Congênita da Zika (SCZ), geram uma carga cumulativa de fatores que afetam o bem-estar dos cuidadores. O apoio social está intimamente relacionado ao processo de enfretamento às situações estressantes e aos desfechos mentais do cuidador.

Objetivos
Descrever o perfil socioeconômico de cuidadoras de crianças diagnosticadas com Síndrome Congênita da Zika e apoio social percebido durante a pandemia de COVID-19.

Metodologia
Estudo transversal, realizado entre abril e agosto de 2020, com 53 cuidadoras de crianças com diagnóstico de SCZ, na cidade de Salvador-Ba. Investigou-se apoio social percebido por cuidadoras, mediante questionário MOS-SSS, um instrumento multidimensional apreendido em 4 escalas de suporte funcional: emocional/ informativo, tangível, afetivo, e interação social positiva; e a construção de um índice geral de suporte social funcional. Para análise descritiva, estimou-se frequências absoluta e percentual ou medidas de tendência central com suas medidas de dispersão. Estudo aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa da Yale University e do Hospital Geral Roberto Santos – Bahia.

Resultados
As 53 cuidadoras eram negras (88,7%) tinham idade média de 30,5 anos (dp=6,7) e estavam casadas/em união estável após nascimento da criança (56,6%). Apenas 11,3% delas havia concluído o ensino superior e 58,5% declarou ter renda familiar de até um salário-mínimo, enquanto 84,9% afirmou não ter retornado ao mercado de trabalho e 86,8% utilizava o serviço público de saúde. No tocante ao apoio social, o percentual médio de apoio emocional/informativo foi de 58%, de apoio tangível de 64,6%, de apoio afetuoso 80% e o apoio intersocial das relações correspondeu à 65%. A média geral de suporte social funcional para este grupo correspondeu à 68,4%.

Conclusões/Considerações
Cuidadoras de crianças com SCZ referem menor média percentual de apoio emocional e informativo, quando comparado às demais dimensões do apoio social e até mesmo a média global funcional deste. Reconhecer a percepção dessas cuidadoras quanto ao apoio social que recebem torna-se urgente, sobretudo em contextos como a pandemia de COVID-19, onde experiências de isolamento materno e impacto negativo na saúde mental podem se exacerbar.