Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

43448 - INCIDÊNCIA DA COVID-19 ENTRE TRABALHADORAS (ES) DOMÉSTICAS (OS) SEGUNDO RAÇA/COR NO BRASIL: DADOS DA PNAD COVID19
ANETE DA COSTA MEDEIROS - UFBA, GABRIEL DIONIZIO BATISTA LIMA - UFBA, AMANDA SOUZA MAIA - UFBA, VALDICEIA SANTANA DOS SANTOS - UFBA, JANAINA OLIVEIRA DE SOUZA - UFBA, MILENA MARIA CORDEIRO DE ALMEIDA - UFBA


Apresentação/Introdução
A pandemia da COVID-19 ampliou a precarização do trabalho doméstico, exacerbando as desigualdades sociais e de saúde de um grupo ocupacional historicamente invisibilizado no Brasil. Mesmo com o avanço em relação à regulamentação de garantias e princípios básicos de saúde e segurança no trabalho, são poucos os estudos que relatam os aspectos relacionados à saúde dessas trabalhadoras.

Objetivos
Estimar incidência da COVID-19 entre trabalhadoras (es) domésticas (os) no Brasil segundo raça/cor.

Metodologia
Estudo transversal, exploratório, com dados secundários da população de trabalhadoras (es) domésticas (os) participantes da PNAD COVID19, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de agosto e novembro de 2020. Para a estimativa da incidência da COVID-19, a referência ao resultado positivo em teste COVID-9 na semana anterior à pesquisa foi considerada como diagnóstico positivo e a população exposta foi a que referiu trabalhar na ocupação de serviços domésticos. Todas as informações são autorreferidas, incluindo raça/cor. A incidência foi calculada para os meses de julho a novembro, além do coeficiente total no período, segundo raça/cor.

Resultados
: Entre as trabalhadoras (es) domésticas brancas, a incidência da COVID-19 variou de 22,3/1.000 em agosto a 33,6/1.000 em novembro de 2020. Entre as trabalhadoras (es) negras, variou de 20,5/1.000 a 31,6/1.000 no mesmo período. A incidência total no período foi de 26,1/1.000 para as (os) brancas (os) e 27,3/1.000 entre negras(os). A população é em sua maioria feminina (94%), entre 31-60 anos (79%), escolaridade até o fundamental (54%), informais (69%) e sem contribuição previdenciária (82%). Cerca de 27% refere ter procurado serviços de saúde por sintomas gripais, sendo que 6% das trabalhadoras negras evoluíram para internação hospitalar, enquanto apenas 3% das brancas referem o mesmo.

Conclusões/Considerações
O risco de contrair a COVID-19 foi um pouco maior entre trabalhadoras (es) domésticas (os) negras (os) e, proporcionalmente, essas também internaram mais, que as (os) brancas(os), o que pode representar um indicador de vulnerabilidade em saúde. Mas não foram observadas outras diferenças sociodemográficas e de saúde expressivas comparando trabalhadoras domésticas negras e brancas através de dados raça/cor autorreferidos da PNAD COVID19.