Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

43318 - TENDÊNCIA DE MORTALIDADE POR AGRESSÃO ENTRE JOVENS EM MINAS GERAIS EM MEIO A PANDEMIA DE COVID-19
PALOMA DORNAS DE CASTRO - UFJF/GV, VITÓRIA CARVALHAIS GOULART - UFJF/GV, LARISSA ROCHA MANHÃES ALVES - UFJF/GV, KAREN DUARTE MOREIRA - UFJF/GV, EULILIAN DIAS DE FREITAS - UFJF/GV


Apresentação/Introdução
As causas externas (CE) são a principal causa de morte entre adolescentes, sendo que as agressões configuram o principal motivo de óbito. O isolamento social imposto pela pandemia do SARS-CoV-2 (Covid-19) alterou a dinâmica das relações sociais e interpessoais aumentando a vulnerabilidade desse grupo para esse agravo, pois 80% das agressões contra adolescentes ocorrem no ambiente doméstico.

Objetivos
Descrever o perfil dos óbitos e a tendência temporal da mortalidade por agressões em adolescentes em Minas Gerais (MG) entre 2010 e 2020; verificar os níveis de ocorrência desse agravo no primeiro ano de epidemia da Covid-19.

Metodologia
Estudo descritivo com uso de dados secundários não nominais disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Foram incluídos os óbitos de adolescentes (10-19 anos) residentes em MG, ocorridos entre janeiro de 2010 e dezembro de 2020, com CID-10 entre X85 e Y099. As variáveis estudadas foram sexo, faixa etária, raça/cor e mês/ano do óbito. Foram conduzidas análises de tendência temporal por meio de regressão linear simples, cálculo da taxa de mortalidade por sexo e elaboração de diagrama de controle para o ano de 2020.

Resultados
Entre os anos de 2010 e 2020, 7.775 adolescentes morreram por agressão em MG, sendo 92% homens, 93,5% entre 15-19 anos e 63,4% pardos. A maior taxa de mortalidade masculina ocorreu em 2014 (49,81/100.000 adolescentes) com tendência de declínio a partir de 2017 (42,63 óbitos/100.000 adolescentes), chegando a 20,27 óbitos/100.000 adolescentes em 2020. Já a taxa de mortalidade feminina apresentou o valor mais elevado em 2012 (5,17/100.000 adolescentes), com números decrescentes a partir de 2018 (3,17/100.000 adolescentes), chegando a 1,66/100.000 adolescentes em 2020. O diagrama de controle evidenciou que em 2020 o número de óbitos se manteve abaixo do limite inferior em todos os meses.

Conclusões/Considerações
O perfil das vítimas é semelhante ao encontrado na literatura. Em 2020 ocorreu sistematicamente menor número de mortes por agressão que as médias históricas, possivelmente efeito do isolamento social imposto pela pandemia nesse período. O presente estudo é exploratório e evidenciou a necessidade de estudos adicionais sobre os efeitos indiretos da pandemia de Covid-19 nos níveis de saúde, nesse caso na mortalidade de adolescentes por agressões.