Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

43256 - FATORES ASSOCIADOS À INTERNAÇÃO POR SARS-COV-2 NO MUNICÍPIO DE NITERÓI - RJ
ANNA MAYSE FEITOSA DA SILVA - UFRJ, JACKELINE CHRISTIANE PINTO LOBATO - UFF, NATÁLIA SANTANA PAIVA - UFRJ, FELIPE GUIMARÃES TAVARES - UFF, GISELE CALDAS ALEXANDRE - UFF, MARCIO WATANABE - UFF, WILSON CALMON ALMEIDA DOS SANTOS - UFF, ANA LÚCIA EPINGHAUS - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE NITERÓI, CYNTHIA BOSCHI PINTO - UFF, HÉLIA KAWA - UFF


Apresentação/Introdução
A hospitalização de um caso confirmado de COVID-19 é um alerta de agravamento da infecção. No início da pandemia, as poucas informações disponíveis para tratar a doença e, a baixa disponibilidade equipamentos e equipes de saúde aumentaram a taxa de internação e a letalidade. Adicionalmente, fatores sociais, econômicos e de saúde podem influenciar estes indicadores.

Objetivos
Analisar os fatores associados à internação por SARS-CoV-2 no município de Niterói no início da pandemia.

Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, com amostragem por rastreamento de contatos, realizado em Niterói entre março e outubro de 2020, com os primeiros casos confirmados de Covid-19 e seus contatos positivos. A informação sobre internação (desfecho), bem como as variáveis de exposição, foram obtidas através de entrevista telefônica. As razões de prevalências (RP) bruta e ajustada foram estimadas, assim como seus intervalos de confiança (IC) de 95%, por meio de modelos de regressão de Poisson com variância robusta, usando a linguagem de programação R.

Resultados
Foram analisados 123 participantes. A prevalência de internação na população entrevistada foi de 27,5%. Dentre as características sociodemográficas 52,8% eram mulheres, 90,3% relataram ser da cor branca, 58,1% tinham entre 40 e 59 anos de idade. Em relação às co-morbidades 58,1% relataram sobrepeso, 77,4% eram tabagista, 67,7% tinham hipertensão e 90,3%,diabetes. No modelo de regressão ajustado, a prevalência de internação foi menor em negros (RP=0,26/IC: 0,006–0,89) e maior nas faixas etárias entre 40 e59 anos (RP: 5,50/IC: 1,61-25,6) e 60 anos ou mais (RP: 9.62/IC: 2,37-50,5) e, ainda, nas pessoas com sobrepeso (RP: 3.75/IC: 1,33-11,6), todos com significância estatística..

Conclusões/Considerações
A prevalência de internação por COVID-19, nos primeiros casos da doença e seus contatos positivos em Niterói, foi maior entre indivíduos brancos, mais velhos e com excesso de peso. Com exceção da cor, nossos resultados corroboram os de outros estudos realizados em diferentes momentos da pandemia. A identificação dos grupos de risco é fundamental para o monitoramento, planejamento e a implementação de estratégias de prevenção e controle da doença.