Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

43015 - HOME OFFICE DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 E DESFECHOS NA SAÚDE EM ADULTOS DO SUL DO BRASIL: RESULTADOS DE ESTUDOS DE BASE POPULACIONAL
FERNANDA DE OLIVEIRA MELLER - UNESC, SAMUEL C. DUMITH - FURG, ELISABETE BORGES MACIEL - UNESC, FERNANDA DAMINELLI EUGENIO - UNESC, JOÃO VITOR SANTANA MENDES - UNESC, MICAELA RABELO QUADRA - UNESC, SOFIA GARBIN PETRY - UNESC, VINICIUS ALVES PATRICIO - UNESC, ANTÔNIO AUGUSTO SCHÄFER - UNESC


Apresentação/Introdução
Com a crescente preocupação econômica, muitas empresas e profissionais tiveram que se adequar a um novo estilo de trabalho durante a pandemia de Covid-19, conhecido como home office, que foi de suma importância para a continuidade das funções laborais e para a manutenção econômica domiciliar, além de trazer impactos nos hábitos de vida da população.

Objetivos
Avaliar a relação entre a realização de home office durante a pandemia de Covid-19 e desfechos na saúde em indivíduos de dois municípios do Sul do Brasil.

Metodologia
Estudo transversal (chamado Mental Covid) realizado em Criciúma (SC) e Rio Grande (RS) entre outubro de 2020 a janeiro de 2021 com indivíduos com 18 anos ou mais de idade que residiam na área urbana dos municípios. Selecionou-se aleatoriamente os setores censitários e os domicílios. Todos os elegíveis residentes nos domicílios foram convidados a participar. Além do home office, variáveis sociodemográficas e de saúde (sono, tabagismo, consumo de álcool, mudança na alimentação e na prática de atividade física durante a pandemia) foram avaliadas. Análises bruta e ajustada foram realizadas através do teste exato de Fisher e Regressão logística multinominal (apresentando Razão de Odds).

Resultados
Foram estudados 2.170 indivíduos. A prevalência de home office foi 7,7%, sem diferença entre os sexos. Adultos jovens (p<0,001), de cor de pele branca (p=0,036), com maiores escolaridade (p<0,001) e índice de bens (p<0,001) apresentaram maiores prevalências de home office. Na análise ajustada, os indivíduos em home office apresentaram mudanças positivas na prática de atividade física e na qualidade da alimentação, ou seja, tiveram o dobro de chances de aumentar a prática de atividade física durante a pandemia (RO=1,95; IC95% 1,06; 3,58) e de aumentar o consumo de alimentos saudáveis (RO=2,37; IC95% 1,58; 3,54) quando comparados aos que não estiveram em home office.

Conclusões/Considerações
O home office durante a pandemia de Covid-19 foi relacionado com alguns desfechos positivos para a saúde de uma população do Sul do Brasil, como o aumento da prática de atividade física e do consumo de alimentos saudáveis. Esses achados evidenciam a importância da reflexão sobre as transformações que a pandemia trouxe para a vida diária da população.