SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)
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42857 - QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORAS DE CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME CONGÊNITA DA ZIKA E SEUS FATORES ASSOCIADOS: ANÁLISE EM TEMPOS DE PANDEMIA DE COVID-19 MILLANI SOUZA DE ALMEIDA LESSA - UFBA, FEDERICO COSTA - UFBA, GABRIELA AMARAL AZEVEDO - UFBA, VALMIR NASCIMENTO RASTELY JUNIOR - UFBA, JUAN PABLO AGUILAR TICONA - UFBA, NIVISON NERY JUNIOR - UFBA
Apresentação/Introdução A qualidade de vida (QV) é um conceito multidimensional que está atrelado ao contexto cultural, social e aos valores nos quais se está imerso. Cuidadoras de crianças criança com condições crônicas de saúde vivenciam impacto em sua QV, sobretudo quando estas possuem limitações de atividades ou restrição de participação, o que demanda mais recursos e dedicação no cuidado.
Objetivos Descrever a qualidade de vida das cuidadoras de crianças diagnosticadas com Síndrome Congênita da Zika (SCZ), durante a pandemia de COVID-19, e analisar fatores associados.
Metodologia Estudo transversal, realizado com 53 cuidadoras de crianças com diagnóstico de SCZ, de abril a agosto de 2020, na cidade de Salvador-Ba. Investigou-se qualidade de vida (QV) das cuidadoras mediante questionário WHOQOL-BREF. Para análise descritiva, estimou-se frequências absoluta e percentual ou medidas de tendência central com suas medidas de dispersão. Na análise bivariada, verificou-se a associação entre a QV e as variáveis de exposição mediante teste t-student, para variáveis independentes dicotômicas e Oneway Anova para politômicas, considerando p<0,010. Estudo aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa da Yale University e do Hospital Geral Roberto Santos – Bahia.
Resultados Identificamos baixos escores de QV para as 4 dimensões (física, psicológica, social e ambiental), com destaque para a dimensão ambiental, cuja pontuação foi abaixo da média, 47,8 ± 17,1, sendo a média total da QV de 55,7 ±12,4. Para o domínio físico e psicológico houve associação entre trabalho após o nascimento da criança e número de consultas pré-natais(p<0,10). O apoio financeiro do parceiro associou-se apenas ao domínio físico da QV(p<0,10). O domínio social mostrou associação com idade, estado civil, número de filhos da cuidadora, trabalho após o nascimento e psicoterapia(p<0,10). Número de filhos e receber bolsa família mostrou-se associado ao domínio ambiental da QV (p<0,10).
Conclusões/Considerações Cuidadoras jovens, casadas, que voltaram ao mercado de trabalho (dividiam tempo entre cuidado à criança e atividades laborais), tiveram menor número de consultas pré-natais, tinham 3 ou mais filhos, faziam psicoterapia, sem apoio financeiro do parceiro e elegíveis para auxílio bolsa família apresentaram menores médias de QV. Salienta-se a necessidade de atenção voltada às cuidadoras de crianças com SCZ, sobretudo durante a pandemia de COVID-19.
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