Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

42791 - IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA NOTIFICAÇÃO DE VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇA
CAMILA DOS SANTOS SOUZA ANDRADE - ISC/UFBA, MARIA DA CONCEIÇÃO NASCIMENTO COSTA - ISC/UFBA, LENY ALVES BONFIM TRAD - ISC/UFBA, MARCIO SANTOS DA NATIVIDADE - ISC/UFBA, ELIENE DOS SANTOS DE JESUS - SMS/SALVADOR, RITA DE CÁSSIA OLIVEIRA DE CARVALHO-SAUER - SES/SANTO ANTÔNIO DE JESUS


Apresentação/Introdução
INTRODUÇÃO: A violência contra crianças é uma questão mundial complexa, multifacetada e constitui um problema de saúde pública com consequências prejudiciais à criança e à vida em sociedade. A ocorrência da pandemia por Covid-19 e o subsequente isolamento social fizeram com que os serviços de prevenção e proteção fossem interrompidos, impactando nas notificações como resposta à violência.

Objetivos
OBJETIVO: verificar o impacto da pandemia de COVID-19 nas taxas de notificação de violência interpessoal em crianças de 0-11 anos de idade, em Salvador-Bahia, 2020 e 2021.

Metodologia
MÉTODOS: estudo realizado com duas abordagens epidemiológicas: a) individual transversal, b) agregado temporal, a partir dos casos de violência interpessoal em crianças notificados no SINAN, de 2009 a 2021. Foram calculadas taxas anuais de notificação de violência interpessoal em crianças (por 10.000) e percentuais segundo diferentes estratos de cada variável de interesse. Para avaliar a tendência das taxas de notificação de 2014 a 2019, período em que foram mais consistentes e estimar os valores esperados para 2020-2021, foi aplicado o modelo de regressão linear simples (R2=0,6955), com intervalo de confiança de 95%.

Resultados
RESULTADOS: As taxas de notificação de violência apresentaram grande variação, em média de 4,7/10.000, no período 2009-2021. A regressão indicou redução média de 0,337/10.000 ao ano, para 2014 a 2019, e taxas esperadas de 4,62 e 4,28/10.000, respectivamente, para 2020 e 2021, porém, em 2021, a taxa observada foi de 7/10.000 (aumento de 45,8% e excesso de 64% em relação aos valores esperados). No período pré e pandêmico, predominaram as violências física, sexual e negligência. As vítimas mais frequentes foram do sexo feminino, negras, com no máximo, 5 anos de idade. Os pais foram os principais agressores, na maioria sexo masculino e a ocorrência da agressão foi na residência da criança.

Conclusões/Considerações
CONCLUSÃO: A pandemia de COVID-19 e o aumento do número de casos notificados de violência interpessoal em crianças no segundo ano desta pandemia na Bahia sugerem que estes eventos podem estar direta ou indiretamente relacionados e estudos mais robustos são necessários para confirmar tal relação. Contudo, esse aumento também evidenciou a atuação tímida do Estado em ações e projetos de assistência e proteção integral à infância.