Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

42744 - FATORES ASSOCIADOS AOS ÓBITOS DEVIDO HOSPITALIZAÇÕES POR SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL
HUMBERTO LAGO LIVRAMENTO - ISC - UFBA, ERIKA SANTOS DE ARAGÃO - ISC - UFBA, MARCIO SANTOS DA NATIVIDADE - ISC - UFBA


Apresentação/Introdução
Com o advento da COVID-19, houve um crescimento de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Estudos de prevalência apontaram para a mudança da faixa etária de idosos para os mais jovens, bem como aumento da incidência em crianças. Segundo INFOGripe, em fevereiro de 2020, observou-se um crescimento da incidência de SRAG em crianças de 0 a 11 anos.

Objetivos
Descrever a prevalência e fatores associados aos óbitos devidos as hospitalizações por SRAG, em internações infanto-juvenil no Brasil.

Metodologia
Estudo descritivo e analítico, realizado com dados secundários das hospitalizações de crianças e adolescentes (0 a 19 anos), por SRAG, no período de janeiro/2020 a maio/2022 registradas no Sivep-Gripe no Brasil. Foram calculadas as prevalências e estimativas de razões de prevalência (RP) bruta e ajustada. Aplicou-se modelagem logística, com a seguintes variáveis: óbito por SRAG (variável desfecho), infecção por covid-19 (associação principal) e covariáveis: faixa etária, sexo, raça/cor, fator de risco, internação em UTI, e regiões do Brasil.

Resultados
Foram investigadas 210.934 internações por SRAG em crianças e adolescentes no Brasil. Destas 16,7% referiram-se a notificações por Covid-19. Do total das hospitalizações cerca de 2,61% (4.269) vieram a óbitos por Covid-19. A prevalência de óbitos por infecções por Covid-19 foi de 7,0%, uma RP de 4,1 (3,86-4,35). A modelagem ajustada apresentou um OR de 3,04 (2,81-3,3) para óbitos por Covid-19 para as hospitalizações, isto é, as chances de óbitos entre crianças/adolescentes diagnosticadas por covid-19 são 3,04 vezes maiores entre aquelas hospitalizadas sem Covid.

Conclusões/Considerações
Crianças/adolescentes internadas com Covid-19 demonstraram maior vulnerabilidade no desfecho óbito por SRAG, e desigualdades regionais de acesso a saúde. O estudo reforça a importância das ações de vigilância sanitária, e regularização de cobertura vacinal para população infanto-juvenil.