Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

42332 - MORBIMORTALIDADE MATERNA E NEONATAL POR SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE ANTES E DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE DESCRITIVA
DANIELLE PEREIRA PAULO - UERJ, ; GISELLE FERREIRA DE PAES - UERJ, ALLAN RIBEIRO REIS SCHARF COSTA - UERJ, WELINGTON LUGÃO DA CUNHA - UERJ, DANIELLE COELHO DE AZEVEDO - UERJ, BEATRIZ GUIMARÃES LEMOS BARDE - UERJ, NÁDIA CRISTINA PINHEIRO RODRIGUES - UERJ


Apresentação/Introdução
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é caracterizada como o agravo de um quadro de Síndrome Gripal (SG) ou gripe. O impacto da pandemia do novo coronavírus em populações específicas, incluindo gestantes e neonatos, permanece ainda desconhecido e não estudado. No Brasil é obrigatória a notificação dos casos de SRAG, através do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Influenza.

Objetivos
O estudo comparou a morbimortalidade por SRAG em gestantes e neonatos antes e durante a pandemia de COVID-19 no Estado do Rio de Janeiro por regiões de saúde, através da estimativa das frequências e taxas de casos/óbitos nos dois grupos de risco.

Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico descritivo-analítico, tendo como unidade de análise as nove regiões de saúde do estado do Rio de Janeiro. Dados de morbimortalidade em gestantes e neonatos (0 a 27 dias) que tiveram diagnóstico positivo para SRAG nas regiões de saúde do Estado do Rio de Janeiro por SRAG de 2018 a 2021 foram coletados dos bancos de dados SIVEP-gripe e SINASC (DATASUS). Para a análise dos dados foram considerados dois períodos: os anos 2018 e 2019 (período pré-pandêmico) e os anos 2020 e 2021 (período pandêmico). Para realizar o processamento e análise estatística foi utilizado o software R (versão 4.1.3).

Resultados
Em todo o período do estudo, pré-pandêmico e pandêmico, observou-se um aumento expressivo no número de casos e óbitos tanto em gestantes quanto em neonatos, quando se compara o período de 2018/2019 com o de 2020/2021. Isso pode ser explicado pela pandemia de COVID-19, que fez com que a morbimortalidade por SRAG crescesse. Em gestantes, as regiões de saúde que tiveram a maior taxa de morbidade e mortalidade foram, respectivamente, a Serrana e a Baía de Ilha Grande. Em neonatos, a região de saúde Baixada Litorânea foi a que apresentou a maior taxa de morbidade, enquanto a região de saúde Serrana apresentou a maior taxa de mortalidade.

Conclusões/Considerações
Os resultados indicam que a pandemia de COVID-19 teve um efeito no aumento da morbimortalidade por SRAG em gestantes e neonatos no Estado do Rio de Janeiro. Esses grupos são excepcionalmente vulneráveis em surtos de doenças infecciosas devido à fisiologia alterada e imunidade comprometida. Ressalta-se a importância de mais estudos epidemiológicos com esses grupos no Brasil, especialmente por sua característica desigual e população miscigenada.