Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

41782 - COVID-19: IMPACTOS NOS ÓBITOS CARDIOVASCULARES DOMICILIARES E HOSPITALARES NO RECIFE NO PERÍODO DE 2019 A 2021
LUÍS SANTINO RAMOS TAVARES DE LIRA - UPE, NICHOLAS LOURENÇO MALTA - UPE, RADHELLY MARTINS COSTA - UPE, LETÍCIA LIMA FREITAS - UPE, SIMONE MOROSINI - UPE


Apresentação/Introdução
No Brasil, os efeitos do COVID-19 foram impactantes, sendo o terceiro país com mais mortes globalmente, no período estudado (OMS, 2021). No entanto, as consequências da pandemia não se restringiram apenas à letalidade do vírus, já que a população adquiriu novos hábitos e comportamentos nesse período no que tange à prevenção e cuidados com as doenças cardiovasculares.

Objetivos
Investigar o impacto do isolamento social e das medidas restritivas de acesso aos serviços de saúde nos óbitos domiciliares, por causas cardiovasculares, no Recife (Pernambuco - PE), nos anos de 2020 a 2021.

Metodologia
Estudo descritivo com dados obtidos a partir do Portal da Transparência do Registro Civil de PE. Foi realizada análise de frequência, por sexo e idade, dos óbitos domiciliares e hospitalares, por doenças cardiovasculares, no Recife, em 2019 a 2021.

Resultados
Constatou-se que em 2019 houve 3434 óbitos domiciliares e hospitalares, por doenças cardiovasculares, no Recife. Desses, 2894 (84,3%) foram óbitos hospitalares e 540 (15,7%) domiciliares. No período de isolamento e medidas restritivas (17/03 a 01/06/20), os óbitos pelas mesmas causas totalizaram 845, desses 609 (72,1%) hospitalares e 236 (27,9%) domiciliares. Já no ano de 2021, ainda pelas doenças cardiovasculares ocorreram 3792 óbitos, desses 2980 (78,6%) hospitalares e 812 (21,4%) domiciliares. Quando analisada a população idosa no lockdown, dos 659 óbitos, 441 (66,9%) foram hospitalares e 218 (33,1%) domiciliares, sendo, dos óbitos totais, 306 (46,4%) de homens e 353 (53,6%) de mulheres.

Conclusões/Considerações
Durante o ‘‘lockdown‘‘, com dificuldade de acesso aos serviços de saúde pela população, observou-se um acréscimo nos óbitos domiciliares em relação aos hospitalares, padrão encontrado em outros estudos (Alves, THE, 2020 et al; Butt, JH et al, 2021), com maior impacto nos idosos. Com esses resultados, a análise sugere a necessidade de planejamento de ações públicas para garantir o acompanhamento, sem interrupções, das doenças cardiovasculares.