SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)
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41669 - PREVALÊNCIA DO USO DE IVERMECTINA COMO FORMA DE PREVENÇÃO OU TRATAMENTO DA COVID-19 DURANTE A PANDEMIA EM MATO GROSSO, 2020 NATHALIA BEATRIZ LOBO DA SILVA - UFMT, ROSEANY PATRÍCIA DA SILVA ROCHA - UFMT, AMANDA CRISTINA DE SOUZA ANDRADE - UFMT, ANA CLAUDIA TERÇAS-TRETTE - UNEMAT, ANA PAULA MURARO - UFMT
Apresentação/Introdução A automedicação tomou grande proporções com o fenômeno da “infodemia”, que causou aumento de circulação das informações a respeito de medicações para o tratamento precoce da COVID-19, ainda sem evidências de eficácia, sendo a ivermectina, uma dos fármacos utilizado pela população. O objetivo desse trabalho foi analisar a prevalência do uso desse medicamento pela população de Mato Grosso, em 2020.
Objetivos Analisar a utilização de ivermectina como prevenção ou tratamento da COVID-19 pela população de Mato Grosso no ano de 2020, primeiro ano da pandemia, assim como os fatores associados ao uso desse medicamento, em um estudo de base domiciliar.
Metodologia Trata-se de um inquérito de base domiciliar, realizado entre setembro e outubro de 2020, em 10 municípios polos das regiões socioeconômicas do estado. O uso da ivermectina foi avaliada por meio da pergunta: “Tomou ivermectina para prevenir a covid-19?”. Foram avaliadas as variáveis sociodemoráficas (sexo, faixa etária, escolaridade, renda familiar), a situação de trabalho atual, recebimento de benefícios financeiros governamentais, bem como sintomas e diagnóstico prévio de COVID-19. As análises foram feitas com o comando "svy", incorporando os fatores de ponderação e considera o desenho complexo da amostra.
Resultados Ao estimar a prevalência de uso de ivermectina para prevenção da COVID-19, 58,3% dos indivíduos responderam positivamente, sendo maior nos municípios da região Oeste do estado (66,6%). Não houve diferença significativa os sexos, porém a prevalência foi maior entre os da faixa etária de 50-59 anos (69,7%), brancos (66,5%), com ensino superior completo ou mais (68,8%) e maior renda familiar (≥3 salários mínimos-64,2%). A utilização do medicamento ainda foi maior entre os que consideraram seu conhecimento sobre a doença bom ou muito bom (65,0%), entre os que referiram ter apresentado sintomas de COVID-19 (75,3%) e entre os que foram diagnosticados com a doença previamente (91,2%).
Conclusões/Considerações Foi elevada a utilização de ivermectina pela população de Mato Grosso, sendo utilizado por quase a totalidade dos indivíduos que receberam diagnóstico de COVID-19 antes da pesquisa. Tal prevalência pode estar relacionada ao medo de adoecer, dificuldades de acesso e fontes seguras de informação, baixo custo e fácil acesso ao medicamento e às políticas adotadas pelo governo de compra e distribuição dos medicamentos do chamado “Kit Covid”.
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