Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

41289 - INFECÇÃO PELO SARS-COV-2 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE INTENSIVISTAS ATUANTES NO EXTREMO NORTE DO BRASIL, ANTES DA VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19
MANUELLA CARVALHO FEITOSA - UFRR, GABRIEL PEREIRA PARREIRA - UFRR, ALESSANDRA GALVÃO MARTINS - SESAU-RR, WELLINGTON ROBINSON SOARES CIZINO - SESAU-RR, PEDRO AMPARO DA COSTA LEITE - INI-FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
O ano de 2020 foi marcada pela pandemia pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a qual se espalhou rapidamente por todos os continentes e chegou ao Brasil. Em março de 2020 os serviços de saúde de Roraima começaram a receber os primeiros casos confirmados, trazendo riscos significativos aos profissionais de saúde atuantes nos cuidados, especialmente a aqueles envolvidos nos cuidados intensivos.

Objetivos
Avaliar a infecção pelo SARS-CoV-2 em profissionais de saúde intensivistas que atuavam na referência para atendimento a pacientes com COVID-19 grave em Roraima, antes da vacinação contra a COVID-19, e principais sinais e sintomas relatados.

Metodologia
Estudo de campo, de coorte retrospectiva e abordagem quantitativa, com 120 profissionais (Enfermeiros, Técnicos/Auxiliares de Enfermagem, Médicos e Fisioterapeutas) atuantes em duas UTI do hospital público referência para COVID-19 em Roraima. Os dados foram coletados mediante questionário (biossociais e clínicos) e por acesso aos sistemas do hospital (resultados de exames laboratoriais e de imagem para diagnóstico de COVID-19 realizados em 2020). As análises foram feitas no “R”: descritivas, teste qui-quadrado e teste-t de duas amostras, além de gráficos e tabelas para melhor visualização dos resultados. O estudo foi aprovado em comitê de ética (CAAE: 32090620.3..0000.5621).

Resultados
Dos profissionais pesquisados, 79,2% afirmaram usar equipamentos de proteção sempre e 50,0% afirmaram seguir as medidas de distanciamento social “sempre” ou “quase sempre” no local de trabalho. Mesmo assim, 79 profissionais (65,8%) tiveram exames positivo para COVID-19 em 2020: a maioria (73,4%) RT-PCR. Os profissionais relataram alta adesão ao distanciamento social fora do hospital (83,3%), o que sugere que a contaminação deve ter ocorrido durante o trabalho. Os sinais e sintomas mais frequentemente relatados foram: dor de garganta, fraqueza, diarreia, tosse e coriza. Um primeiro pico de casos entre os profissionais foi identificado nos meses de maio/junho e um segundo em novembro/dezembro.

Conclusões/Considerações
As medidas de proteção adotadas, no período analisado, não foram suficientes para evitar a contaminação da maioria dos profissionais de saúde que participaram da pesquisa. O estudo demonstra a susceptibilidade à infecção pelo SARS-CoV-2 entre trabalhadores intensivistas, por conta da natureza de suas atividades laborais, na ausência de disponibilidade da vacinação como medida de proteção individual e coletiva contra a COVID-19.