SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)
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40791 - A VACINAÇÃO DOS GRUPOS PRIORITÁRIOS CONTRA COVID-19 NO BRASIL: ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DA IMUNIZAÇÃO DOS IDOSOS. RAFAEL DA SILVEIRA MOREIRA - FIOCRUZ E UFPE, EMILLY GUARIS COSTA - UFPE, LUCAS FERNANDO RODRIGUES DOS SANTOS - FIOCRUZ PE, LUIZ HENRIQUE LÉLIS MIRANDA - UFPE, RAIANY RODRIGUES DE OLIVEIRA - UFPE, RICARDO FUSANO ROMÃO - UFPE, RODOLFO FERREIRA COZER - UFPE, SARAH CAVALCANTI GUEDES - UFPE
Apresentação/Introdução Durante o primeiro ano da pandemia de COVID-19 no Brasil, o número de brasileiros infectados cresceu aceleradamente. A vacinação no país teve início em janeiro de 2021, ocorrendo, inicialmente, para grupos prioritários. O grupo dos idosos (≥ 60 anos) foi definido como prioritário considerando a alta morbimortalidade associada a doenças infecciosas e as comorbidades que essa população apresenta.
Objetivos Analisar a existência de agrupamentos (clusters) espaciais e temporais de alta e baixa taxa de vacinação contra COVID-19 no Brasil no grupo prioritário dos idosos entre a 3ª e 21ª semana epidemiológica (SE) de 2021.
Metodologia Trata-se de estudo transversal com análises espaço-temporais da vacinação contra COVID-19. O intervalo temporal analisado foram as primeiras 19 SE de 2021 e as unidades de análise foram as Regiões de Saúde (RS) do Brasil. Foram calculadas as taxas de vacinação (TV) ajustadas para o grupo de idosos (≥60 anos), dose, vacina (CoronaVac - CV - ou AstraZeneca - AZ) e local de vacinação por varredura espaço-temporal. Utilizou-se um modelo de probabilidade de Poisson para detectar clusters de baixa TV na distribuição dos dados, com significância de 5%. Os dados espaciais gerados (SaTScan) foram formatados em mapas de Kernel. Os dados temporais foram convertidos em gráficos de clusters por SE.
Resultados Ao final de maio de 2021, haviam sido administradas, segundo o critério da faixa etária, 38.580.849 doses das vacinas AZ ou CV, representando 74,6% da cobertura vacinal no Brasil, com destaque para a região Sudeste (46,1%) e Nordeste (24,6%). Verificou-se que 13,58% dos esquemas com CV e 89,04% dos esquemas com AZ estavam incompletos neste grupo. A análise temporal mostrou clusters de alta TV a partir da oitava SE para o imunizante CV e clusters de alta TV com AZ no fim do período. A desassistência vacinal predominou na região Sudeste, na fronteira entre Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (p<0,001).
Conclusões/Considerações Dentre os grupos prioritários para vacinação nas primeiras SE de 2021, os idosos representaram a maior porcentagem dos imunizados no país. Os idosos apresentam pior evolução quando infectados, devido à fragilidade do seu sistema imunológico e as comorbidades frequentemente associadas. A vacinação reduziu a taxa de mortalidade por COVID-19 nesse grupo e modificou o perfil de óbitos para uma faixa etária mais jovem.
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