SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)
|
40654 - AVALIAÇÃO DE RISCO DE INSEGURANÇA ALIMENTAR ENTRE BENEFICIÁRIOS DO AUXÍLIO BRASIL, ADSCRITOS AO TERRÍTORIO DE UMA CLÍNICA DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO VANESSA MAGNUS HENDLER - ENSP/FIOCRUZ, ELISA CAMPOS QUINTÃO - ENSP/FIOCRUZ, GILBERTO DO CARMO OLIVEIRA - ENSP/FIOCRUZ, LEILA MONTEIRO BEATO - ENSP/FIOCRUZ, MARIA CLARA DA SILVA BORBA DE SOUZA - ENSP/FIOCRUZ, NATÁLIA SOARES RANGEL LÔBO - ENSP/FIOCRUZ, MARCELA RODRIGUES MAIA DA SILVA - ENSP/FIOCRUZ, BRUNA DE LIMA FERREIRA - ENSP/FIOCRUZ, ALESSANDRA BARRETO SARTE CAMPOS - UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA (UVA), THALITA MAGDALENA DOS SANTOS - ENSP/FIOCRUZ
Período de Realização Os dados foram coletados no período de março a maio de 2022.
Objeto da experiência A experiência teve como objeto de estudo a condição de (In) Segurança Alimentar de beneficiários do Programa Auxílio Brasil.
Objetivos Avaliar o risco de insegurança alimentar entre beneficiários do Programa Auxílio Brasil, atendimentos por uma Equipe de Saúde da Família de uma Unidade de Saúde, situada na zona norte do município do Rio de Janeiro.
Metodologia O levantamento das famílias em risco para insegurança alimentar foi realizado através da aplicação de uma ferramenta de triagem, a qual compreendia duas questões referentes a disponibilidade de alimentos e a restrição de alguns grupos alimentares, em decorrência da condição financeira, nos últimos 3 meses. A referida ferramenta de triagem foi aplicada, em três momentos com grupos distintos, durante a realização de ações de promoção de saúde voltadas especificamente ao público em questão.
Resultados Foram avaliadas 93 famílias beneficiárias do Programa Auxílio Brasil, destas 61 afirmaram dificuldades em adquirir alimentos em quantidade e qualidade suficientes para suprir as necessidades da família, nos últimos meses. Ou seja, 65,6% dos domicílios estavam em risco de insegurança alimentar.
Análise Crítica A fome constitui um problema social histórico, que, hoje, acomete a mais da metade da população brasileira. Para tanto, além da restrição quantitativa da alimentação, verifica-se também a piora da qualidade das refeições, no qual houve o aumento da aquisição de alimentos ultraprocessados e a diminuição do consumo de alimentos in natura e minimamente processados. Os reflexos desse contexto de má nutrição perpassam os planos biológicos, sociais, econômicos, simbólicos e culturais do comer.
Conclusões e/ou Recomendações Nessa perspectiva, estamos diante de um cenário desafiador, que compreende um quadro de crises sanitária, econômica e política, ao mesmo tempo em que a fome atinge parcela significativa da população e instrumentos de Segurança Alimentar e Nutricional são desarticulados e descontinuados. Assim, a atuação intersetorial da Atenção Primária à Saúde, em parceria com os dispositivos locais, constitui um possível caminho para o enfrentamento desse cenário.
|