Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

40055 - AUTOAVALIAÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 ENTRE ADOLESCENTES BRASILEIROS
GABRIEL LEITE DE CASTRO VIEIRA - UFOP, ALINE SIQUEIRA FOGAL VEGI - UFOP, LARISSA FERNANDA FOSENCA GUEDES - UFOP, ANA CAROLINE COSTA - UFOP, JORGE LUIZ DUARTE FILHO - UFOP, ÍSIS ELOAH MACHADO - UFOP


Apresentação/Introdução
A pandemia da COVID-19 impactou intensamente os comportamentos individuais e coletivos, com efeitos importantes entre os adolescentes. Em meio a uma fase de grandes mudanças físicas e psíquicas, moldada por interações sociais e múltiplas atividades diárias, os adolescentes permaneceram longe da escola e de parte do meio social de convívio, o que pode ter afetado sua saúde e qualidade de vida.

Objetivos
O objetivo foi verificar as mudanças na autoavaliação do estado de saúde trazidas pela pandemia e sua relação com fatores sociodemográficos comportamentais, de saúde mental, familiares e escolares entre adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos.

Metodologia
Estudo transversal com dados da pesquisa “ConVid – Adolescentes”, realizada de junho a setembro de 2020. A amostragem em “bola de neve” envolveu envio do convite para escolas e secretarias de saúde, para que fosse compartilhado com os adolescentes e seus responsáveis, sendo em seguida repassado a outras famílias. Após autorização dos responsáveis, leitura e aceite do termo de assentimento, os adolescentes respondiam ao questionário virtual. Foi realizada regressão de Poisson tendo como desfecho a autoavaliação do estado de saúde e com entrada de forma hierárquica das variáveis independentes em quatro grupos: sociodemográficas, comportamentais/saúde mental, familiares e escolares.

Resultados
Dos 9470 adolescentes, a maioria era do sexo feminino residentes na região Sudeste e da raça/cor negra. Com a pandemia, 29,8% relataram piora do estado de saúde, sendo esta associada a um estilo de vida menos saudável, com reduzida prática de atividade física e consumo de frutas e vegetais, piora na qualidade do sono, bem como aumento do tempo de tela e do consumo de alimentos congelados, doces, álcool e tabaco. A piora da saúde também esteve associada a dificuldades financeiras e a pior avaliação da saúde antes da pandemia, ao sentimento de tristeza, a maior adesão às medidas de isolamento social, à infecção por covid do adolescente ou familiar e entre os que estudavam em escolas privadas.

Conclusões/Considerações
Cerca de um terço dos adolescentes brasileiros apresentou piora da autoavaliação do estado de saúde, indicador que avalia diversos aspectos da saúde física e mental, sendo essa piora associada com vários aspectos da vida dos adolescentes. No período pós-pandemia, a população adolescente necessita de atenção especial para que sua saúde seja recuperada e para que seu desenvolvimento não seja prejudicado.