Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

39955 - DA CAPITAL AO INTERIOR: ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CASOS DE COVID-19 NO ESTADO DE PERNAMBUCO
LUÍS ROBERTO DA SILVA - UFPE-CAV, EMÍLIA CAROLLE AZEVEDO DE OLIVEIRA - FIOCRUZ-PE, AMANDA PRISCILA DE SANTANA CABRAL SILVA - UFPE-CAV/FIOCRUZ-PE


Apresentação/Introdução
O fenômeno da interiorização da Covid-19 no estado de Pernambuco foi fator de preocupação para autoridades sanitárias, devido a (in)capacidade instalada dos municípios em executarem medidas de mitigação do avanço da doença em seus territórios, historicamente marcados por desigualdades organizacionais e socioeconômicas. Daí a necessidade de compreender o comportamento espacial da doença no estado.

Objetivos
Analisar a distribuição espacial dos casos confirmados de Covid-19 no estado de Pernambuco, no período de 2020 a 2021.

Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico com os casos de Covid-19 em Pernambuco nos anos de 2020 e 2021. Utilizou-se a base pública de dados da Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco. Para isso foi calculada a taxa de detecção dos casos de Covid-19; a taxa bayesiana para suavização da taxa de detecção; o Índice de Moran Global com o intuito de verificar a presença de autocorrelação espacial, adotando um nível de significância de 5% (p<0,05); e o Índice de Moran Local para distinguir aglomerados de municípios com autocorrelação espacial, segundo macrorregional de saúde. Para elaboração da análise foram utilizados os softwares Excel, TerraView 4.2.2 e base cartográfica de municípios do IBGE.

Resultados
Foram confirmados 648.150 casos de Covid-19 em Pernambuco (3.359,78 casos/ 100 mil habitantes), sendo 38,6% em 2020 e 61,4% em 2021. Foi confirmada a autocorrelação espacial do evento para o período (I= 0,37; p< 0,001) e para cada ano, individualmente, sendo em 2020: I=0,28; p< 0,01 e em 2021: I= 0,35; p< 0,01. Em 2021 foi observada a elevação das taxas bayesianas, com destaque para o interior do estado, com concomitante presença de aglomerados de municípios com altas taxas e vizinhanças com altas taxas, evidenciados na análise de Moran, principalmente nas Macrorregionais Agreste, Sertão e Vale do São Francisco e Araripe.

Conclusões/Considerações
A análise permitiu visualizar e compreender o fenômeno da interiorização da Covid-19 em Pernambuco. E se apresenta como importante ferramenta de análise para saúde pública, pois permite evidenciar a influência do território no processo saúde-doença e identificar áreas de preocupação para determinadas doenças, agravos ou eventos. Além de subsidiar a gestão na formulação de políticas públicas voltadas a uma determinada problemática.