Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

39946 - EXPERIÊNCIAS DE ADOECIMENTO POR COVID-19 ENTRE MULHERES DOMICILIADAS EM JOÃO PESSOA/PB
GEISSY DOS REIS FERREIRA DE OLIVEIRA - UFPB


Apresentação/Introdução
Centrado em narrativas das experiências adoecimentos por Covid-19, e demais vivências no marco da pandemia, este trabalho antropológico, resultado da minha pesquisa de mestrado pelo PPGA/UFPB, é orientado à compreensão de tais experiências, vivenciadas por mulheres domiciliadas na cidade de João Pessoa/PB, com aporte da Antropologia da Saúde, do Corpo e da Doença.

Objetivos
Objetivo: investigar como pandemia e adoecimento por Covid-19, são experienciados e significados pelas interlocutoras de pesquisa, desde seus contextos socioculturais e dinâmicas próprias de cuidado.

Metodologia
Esta pesquisa é duplamente afetada pela pandemia de Covid-19, já que acontece em momento pandêmico e tem como mote, a própria pandemia. E por isso, opto por uma metodologia online, via mediação do WhatsApp, por meio do qual entrei em contato com as interlocutoras de pesquisa, e segui em interlocução durante quase todo o ano de 2021. Em termos de instrumentos teórico-metodológicos na condução da interlocução, acionei a "entrevista compreensiva" (KAUFFMAN, 2013), com utilização de roteiro de entrevista semi-estruturado e utilização de diário de campo, igualmente online. A busca e análise de documentos, como os boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde, foi outra estratégia metodológica.


Resultados
A condição de "experientes" das interlocutoras desta pesquisa, traz atrelado um saber intrínseco a aspectos constitutivos da própria doença, que reflete tanto a experiência corporificada da doença, como um conjunto mais amplo de relações sociais, uma vez que a própria enfermidade se vê constituída por fatores outros que apenas patógenos, testes clínicos e manipulação de fármacos, como o medo, a solidão, o agravamento da ansiedade e queda de cabelo, a intensificação das dinâmicas de cuidado, dinâmicas familiares, e à época, a superlotação de leitos e atendimentos em serviços públicos e privados de saúde. Nos deparamos então, com sintomas e acometimentos "biopsicosociais" no marco da Covid-19.

Conclusões/Considerações
Conclui-se que não é possível que haja apenas uma definição de doença, uma definição da Covid-19. Ao nos deparamos com perspectivas e saberes situados, a Covid-19 significa, entre outros, uma "doença solitária", e que intensifica ainda mais a prática do cuidado pelas mulheres interlocutoras da pesquisa, cuidado que urge ser reconhecido e alvo de políticas públicas, no enfrentamento à pandemia de Covid-19, e à de desigualdade de gênero.