SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)
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39921 - OS VAZIOS ASSISTENCIAIS DO COMBATE À COVID-19 NO BRASIL: O FLUXO TEMPORAL E ESPACIAL DO INÍCIO DA VACINAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS E QUILOMBOLAS LUCAS FERNANDO RODRIGUES DOS SANTOS - IAM - FIOCRUZ PE, EMILLY GUARIS COSTA - UFPE, LUIZ HENRIQUE LÉLIS MIRANDA - UFPE, RAIANY RODRIGUES DE OLIVEIRA - UFPE, RICARDO FUSANO ROMÃO - UFPE, RODOLFO FERREIRA COZER - UFPE, SARAH CAVALCANTI GUEDES - UFPE, RAFAEL DA SILVEIRA MOREIRA - IAM - FIOCRUZ PE E UFPE
Apresentação/Introdução Com a pandemia da COVID-19 o número de infectados cresceu rapidamente no Brasil, figurando entre os países com maior número de casos e óbitos. A vacinação nacional começou em janeiro de 2021, voltada para grupos prioritários, dentre eles os povos indígenas e quilombolas, considerando sua situação de suscetibilidade ao vírus, vulnerabilidades sociais e dificuldades de acesso aos serviços de saúde.
Objetivos Analisar a evolução espacial e temporal da vacinação contra COVID-19 em povos indígenas e quilombolas no Brasil entre a 3ª e 21ª semana epidemiológica (SE) de 2021.
Metodologia Realizou-se análises espaciais e temporais compreendendo 19 SE. Casos foram estruturados pelo grupo prioritário de populações indígenas e quilombolas, dose, vacina (CoronaVac ou AstraZeneca), e local de vacinação. Taxa de vacinação (TV) foi identificada via teste de varredura e calculadas de acordo com janela espacial para Região de Saúde (RS). Realizou-se análise espacial (probabilidade de Poisson) para detectar clusters de TV alto/baixo, gerando-se pontos associados aos centróides das RS (SaTScan) e convertidos em mapas de Kernel. A análise temporal da TV identificou tendências significativas (≤5%), e resultados foram convertidos em gráficos de clusters temporais.
Resultados Até o final de maio de 2021, 1.176.173 doses de vacinas AstraZeneca (AZ) ou CoronaVac (CV) haviam sido administradas aos povos indígenas e quilombolas. A região Nordeste tinha o maior contingente de vacinados (40,6%). 15,76% dos esquemas vacinais de CV e 99,58% para a AstraZeneca estavam incompletos para este grupo prioritário. A análise temporal identificou altas TV da primeira e segunda dose de CV nas primeiras semanas; e da primeira e segunda dose de AZ nas últimas semanas. A desassistência vacinal para os povos indígenas e quilombolas foi predominante na região Sudeste do país, com destaque para os clusters identificados no sul de Minas Gerais e leste de São Paulo (p< 0,007).
Conclusões/Considerações As populações indígenas e quilombolas tiveram baixas taxas de vacinação nas cinco regiões do Brasil. Destaca-se o processo de vulnerabilização destes grupos, intensificado pela pandemia. Possíveis fatores agravantes do quadro foram: reduzida proteção aos territórios; acesso precário à água potável, produtos de higiene e aos serviços de saúde; plano nacional de vacinação inconsistente; barreiras geográficas; e hesitação na vacinação.
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