Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

39808 - INFLUÊNCIA DA COVID-19 NA OCORRÊNCIA DOS CASOS DE DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA NA BAHIA: ESTUDO COMPARATIVO DOS PERÍODOS PRÉ-PANDÊMICO E PANDÊMICO
TALITA FARIAS CORREIA MACÊDO - UFBA - IMS/CAT, JOSÉ PATRÍCIO BISPO JÚNIOR - UFBA - IMS/CAT


Apresentação/Introdução
Dengue, Zika e Chikungunya apresentam quadro de persistência em todo o país. A pandemia da COVID-19 alterou o perfil epidemiológico de outras doenças decorrentes, entre outros fatores, de interrupções dos serviços de saúde. Destarte, destaca-se a semelhança sintomatológica entre arboviroses e COVID-19. Revela-se importante o diagnóstico diferencial e a adequada a notificação das referidas doenças

Objetivos
Analisar a influência da COVID-19 na ocorrência de casos de Dengue, Zika e Chikungunya na Bahia a partir da comparação da incidência no período pré-pandêmico e pandêmico. Analisou-se também a efetividade da investigação dos casos nos dois períodos.

Metodologia
Estudo de série histórica, 2012 a 2021, do tipo ecológico com dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Utilizou-se dados dos casos notificados de Dengue, Zika e Chikungunya no estado da Bahia. Foram calculadas as taxas de incidência por 100.000 habitantes, ano a ano, para o estado e em suas regiões de saúde. Calculou-se também a incidência agrupada do período pré-pandêmico, 2012-2019, e comparou-se com os anos de 2020 e 2021. Para análise da efetividade da investigação, calcularam-se os percentuais de casos confirmados e os não encerrados, inconclusivos e ignorados das três arboviroses.

Resultados
No período pré-pandêmico, ocorreu elevada incidência em 2016 dos três agravos Dengue (549/100.000), Chikungunya (647/100.000) e Zika (386/100.000). Verificou-se padrão distinto entre as três arboviroses no período da pandemia. Em 2020, Dengue (720/100.000) registrou maior taxa de incidência de toda a série histórica, Chikungunya (316/100.000) e Zika (40,8/100.000) apresentaram taxas menores em comparação aos outros anos. Observou-se a concentração da elevada taxa de incidência em 10 das 28 regiões de saúde do estado. Para os três agravos, as taxas de casos inconclusivos não apresentaram consideráveis diferenças na comparação entre os períodos pré-pandêmico e pandêmico.

Conclusões/Considerações
A COVID-19 desencadeou mudanças na epidemiologia das arboviroses. Em 2020, registrou-se a maior incidência de Dengue num período de 10 anos. Isso pode ser devido à descontinuidade das ações de vigilância e/ou pela notificação incorreta influenciada pela semelhança clínica com a COVID-19. Sugere-se o fortalecimento da Atenção Primária e da Vigilância à Saúde para a adequada identificação dos casos e o desenvolvimento de ações prevenção e controle.