SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)
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39636 - PREVALÊNCIA, TIPOLOGIA E CARACTERÍSTICAS DA VIOLÊNCIA POR PARCEIRO ÍNTIMO CONTRA MULHERES MÃES DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 NO BRASIL JAINY DA COSTA ROSA - UFPR, MARYANA ARANTES - UFPR, TAINÁ RIBAS MELO - UFPR, MARCOS CLAUDIO SIGNORELLI - UFPR
Apresentação/Introdução A violência por parceiro íntimo (VPI) é uma das formas mais comuns de violência contra a mulher, caracterizada como qualquer comportamento dentro de uma relação íntima que cause problemas físicos, danos psicológicos ou sexuais. O isolamento social necessário durante a pandemia de COVID-19 aumentou o risco de VPI para as mulheres.
Objetivos Estimar a prevalência, tipologia e caracterizar o perfil das mulheres mães expostas à VPI durante a pandemia de COVID-19.
Metodologia Realizamos um estudo transversal online através do Projeto #Criançaemcasa entre junho e agosto/2020. Convidamos mulheres adultas, mães de crianças entre 0 e 12 anos, de todo o Brasil, para responder à Composite Abuse Scale – versão brasileira (CAS-Brasil). Também foram coletados dados demográficos e perguntas sobre a rotina pandêmica e o isolamento social. Analisamos dados através de estatísticas descritivas.
Resultados Das 849 respostas válidas, 734 (86,4%) concordaram em responder ao CAS. A média de idade foi de 31,9 anos (±1,6). A prevalência de VPI foi de 10,5% (n=77), representada por mulheres com pontuação da CAS ≥7 pontos. Dessas, 48,0% tinham renda média e 27,27% tinham alta renda; muitas eram casadas ou união estável (46,7%), a maioria tinha ensino superior completo (50,6%). Quanto à prevalência de subtipos de VPI: 63 (8,6%) foram classificadas como vivendo sob violência combinada grave, o que inclui abuso sexual e tentativas de feminicídio; 58 (7,9%) sofriam violência física; 33 (4,5%) foram vítimas de assédio, e 128 (17,4%) foram positivas para a violência emocional.
Conclusões/Considerações A VPI foi intensificada pelas medidas preventivas da pandemia COVID-19, mas os países precisam evidenciar esses números. Nosso estudo, apesar de limitado, estimou a prevalência de VPI e seus subtipos entre as mulheres mães brasileiras. Também identificamos que a VPI está presente em todas as classes sociais e níveis educacionais, reduzindo o estigma e o preconceito contra mulheres menos escolarizadas e mais pobres.
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