Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

39256 - COVID-19 E A QUALIDADE DO AR EM QUATRO MEGACIDADES: LIÇÕES APRENDIDAS E DESAFIOS PARA A SAÚDE PÚBLICA
PATRICK JOSEPH CONNERTON - USP, JOÃO VICENTE DE ASSUNÇÃO - USP, REGINA MAURA DE MIRANDA - USP, ANNE DOROTHÉE SLOVIC - USP, PEDRO JOSÉ PÉREZ-MARTÍNEZ - UNICAMP, HELENA RIBEIRO - USP


Apresentação/Introdução
Para controlar o avanço da COVID-19, muitas cidades implementaram medidas de restrição, impedindo atividades comerciais e alterando as condições ambientais como as taxas de emissão de poluentes atmosféricos por fontes veiculares e industriais. O estudo analisou os impactos destas políticas na qualidade do ar em quatro megacidades: São Paulo (SP), Los Angeles (LA), Nova Iorque (NI) e Paris (PA).

Objetivos
Descrever o comportamento das concentrações de quarto poluentes atmosféricos - CO, O3, MP2,5 e NO2 - durante o mês de março de 2020, em comparação com 2015-2019, no ar urbano destas áreas metropolitanas, controlando as variáveis meteorológicas.

Metodologia
1.302 observações atmosféricas e climáticas foram obtidas para cada megacidade para os meses de março de 2015 a 2020. Estatísticas descritivas básicas foram comparadas e ajustadas usando um modelo linear geral, utilizando medições regionais da rede de qualidade do ar, com as concentrações de CO, O3, NO2 e PM2,5 como variáveis dependentes e parâmetros climáticos a longo prazo - temperatura, humidade relativa e velocidade do vento - como variáveis explicativas. O modelo foi ajustado para o cenário COVID-19 (ano 2020) e anos 2015-2019 (sem restrições de atividade), para destacar o mês de março de 2020, com restrições de atividades humanas e concentração anormal de poluentes atmosféricos.

Resultados
Os resultados indicaram reduções nos níveis de PM2,5, CO e NO2, com reduções das duas últimas mostrando significância estatística. Em contrapartida, os níveis de ozônio troposférico aumentaram, exceto em LA. O impacto das políticas de restrição de COVID-19 e das variáveis meteorológicas foi considerado significativo para influenciar a qualidade do ar em todas as cidades e poluentes (exceto temperatura da formação de O3 em NI). Nos modelos lineares generalizados, as reduções da atividade económica tendem a ser mais relevantes para a diminuição da poluição atmosférica do que as condições climáticas. Os modelos em SP e PA são mais ajustados do que para NI e LA (R2 mais elevado).

Conclusões/Considerações
Os efeitos benéficos para a saúde do ar mais limpo podem ajudar a evitar mortes causadas pela epidemia de COVID-19 em megacidades, diminuindo a pressão sobre sistemas de saúde. Os resultados chamam atenção para a contribuição das atividades antrópicas diárias para as concentrações de poluentes atmosféricos nas quatro cidades, assim como a importância de políticas públicas para a proteção da saúde de indivíduos e da sociedade como um todo.