SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)
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39033 - QUIMIOTERAPIA PARA CÂNCER DE MAMA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FRENTE À PANDEMIA DE COVID-19: UMA ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS NATALIA FARIAS SANTOS - INCA, CLAUDIA GARCIA SERPA OSORIO DE CASTRO - ENSP/FIOCRUZ, MARIO JORGE SOBREIRA DA SILVA - INCA
Apresentação/Introdução A gravidade da pandemia de Covid-19, iniciada em 2020, promoveu implicações na atenção ao câncer, pela maior vulnerabilidade de pacientes com câncer às formas graves de infecção, e por potenciais atrasos no diagnóstico e tratamento causados pela pandemia. Gestores e profissionais de saúde de diversos países do mundo adotaram medidas para reorganizar os serviços e os cuidados aos pacientes com câncer.
Objetivos Este estudo objetivou analisar as características terapêuticas das pacientes de câncer de mama, antes e após o início da pandemia, que realizaram quimioterapia nas unidades habilitadas em oncologia situadas no estado do Rio de Janeiro.
Metodologia Foram analisados registros de quimioterapia realizadas em mulheres com câncer de mama, entre março/2018 e fevereiro/2021, a partir de dados públicos do banco da Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (APAC) do Sistema Único de Saúde. Análise descritiva, com medidas de tendência central, e com abordagem de series temporais, identificou mudanças ao longo do tempo, empregando-se o método de mínimos quadrados. Aplicou-se o teste de qualidade de ajuste com o R-quadrado (R2) como medida estatística. Empregou-se abordagem ecológica para analisar as distâncias percorridas entre os locais de residência e de tratamento.
Resultados Foram realizados 394.926 procedimentos no período, sendo 8.825 em março/2018 e 12.997 em fevereiro/2021, representando um aumento de 47%, e uma tendência crescente (R2=0,5304) ao longo do período. Após o início da pandemia observou-se maior número de quimioterapias realizadas em hospitais sediados fora da capital do estado; aumento de procedimentos para tratar câncer de mama receptor hormonal positivo (46%) e carcinoma de mama HER-2 positivo (900%) e diminuição das distâncias percorridas, entre residência e hospital, para realização da quimioterapia. Entretanto, identificou-se aumento no número de óbitos (16%) e diminuição no número de altas (12%).
Conclusões/Considerações Houve aumento linear no número de registros de quimioterapia para tratamento do câncer de mama no estado do Rio de Janeiro durante o período estudado. Ainda que fossem esperadas dificuldades no atendimento, parece ter havido resposta efetiva da rede de atenção ao câncer durante a pandemia de Covid-19.
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