SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)
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38940 - ANÁLISE DAS EPIDEMIAS SOBREPOSTAS DE DENGUE E DE COVID-19 NO ESTADO DA BAHIA NO ANO DE 2020 THAILANY DE ALMEIDA MAGALHÃES - UFBA, PATRÍCIA CAMPOS BORJA
Apresentação/Introdução Desde 2019 assistiu-se a rápida expansão do novo coronavírus, acometendo milhares de pessoas com a COVID-19. Este, espalhou-se rapidamente no Brasil, país que enfrenta múltiplas epidemias sazonais, como a dengue. Neste sentido, a justaposição espacial e temporal destas doenças, impôs desafios adicionais, aumentando a demanda por serviços de saúde e exigindo um maior entendimento desse processo.
Objetivos Analisar o cenário epidemiológico da dengue e coocorrência da COVID-19 no Estado da Bahia, Brasil, em 2020
Metodologia Realizou-se estudo ecológico descritivo, analisando os números de casos prováveis de dengue e os casos confirmados de COVID-19, no Estado da Bahia, em 2020. Os dados foram obtidos do DATASUS e da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB). Após as tabulações, calculou-se as incidências mensais das infecções por 100.000 habitantes e utilizou-se a análise de correlação de Pearson, a fim de verificar a colinearidade entre a incidência de ambas. Ademais, classificou-se os municípios segundo a incidência em três níveis: baixa (<100), média (100-300) e alto (>300) e elaborou-se a curva epidêmica da dengue para o Estado, com o objetivo analisar o cenário epidemiológico do ano.
Resultados No ano de 2020 houve uma alta incidência de Dengue em 53 dos 417 municípios (incidência >300 casos por 100.000 habitantes). De acordo com a curva epidêmica do Estado, o número de casos esteve acima do limite máximo do IC 95% dos últimos 10 anos, mantido entre abril e junho. Quanto à COVID-19, o primeiro caso foi registrado em março, com pico entre julho e agosto. A partir do mês em que foram registrados os primeiros casos confirmados, verificou-se o aumento exponencial de sua incidência simultaneamente à queda da incidência de dengue. Tal correlação foi verificada com o coeficiente de Pearson (r=-0,629), que denota uma correlação inversamente moderada.
Conclusões/Considerações Conforme os dados analisados, observou-se uma sobreposição de epidemias na Bahia. Verificou-se que a mudança comportamental dos dados epidemiológicos da Dengue pode refletir subnotificação, possivelmente relacionada à sobrecarga na Atenção Primária. Isso reforça a necessidade de melhor estruturação dos serviços de saúde e conscientização profissional para a notificação dos casos.
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