SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)
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38887 - IDENTIFICAÇÃO DE CLUSTERS ESPAÇO-TEMPORAIS EMERGENTES DE COVID-19 E SUA RELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO HUMANO E VULNERABILIDADE SOCIAL NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS EM 2020-21 GUSTAVO MENEZES SILVA DAMASCENO - ENSP/FIOCRUZ, ANDRÉA SOBRAL - ENSP/FIOCRUZ, BEATRIZ FÁTIMA ALVES DE OLIVEIRA - ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução A COVID-19 é uma doença predominantemente respiratória causada pelo SARS-CoV-2, cujos primeiros casos foram reportados na China, em dezembro de 2019. O primeiro caso brasileiro foi notificado em 26 de fevereiro de 2020 e logo surgiram notificações de novos casos por todo o país. Os impactos da COVID-19 no Brasil são bem evidentes e exacerbam desigualdades regionais e intrarregionais.
Objetivos Identificar clusters espaço-temporais emergentes de COVID-19 e sua relação com desenvolvimento humano e vulnerabilidade social nos municípios brasileiros em 2020-2021.
Metodologia Trata-se de um estudo ecológico, exploratório e analítico, cujo período de estudo foi da semana epidemiológica (SE) 09 de 2020 até a semana 23 de 2021 (23 de fevereiro de 2020 a 12 de junho de 2021). A análise foi realizada através da varredura espaço-temporal prospectiva nas SE’s em que foram observados picos ou finais de platôs nas curvas de casos e óbitos, possibilitando assim a identificação de clusters da doença. Repetiu-se a análise nas cinco semanas epidemiológicas seguintes a fim de verificar a persistência dos clusters identificados. Em seguida, foram analisados os Índices de Vulnerabilidade Social e Índices de Desenvolvimento Humano Municipal dos municípios neles presentes.
Resultados Até 12 de junho de 2021, foram notificados 17.281.799 casos e 484.671 óbitos por COVID-19 no Brasil que evoluíram de forma heterogênea e com alta variabilidade espacial e temporal. Foram detectados 51 clusters de casos, com riscos relativos (RR’s) entre 1,30-8,03 e 26 clusters de óbitos, com RR’s entre 1,72-4,41. O cluster primário e secundário de casos foram detectados, respectivamente, sobre a região Sul e Centro-Oeste desde a semana epidemiológica 51 de 2020 até a 23 de 2021 e padrão semelhante foi observado para os clusters de óbitos a partir da SE 14 de 2021, sugerindo elevada persistência. A maioria dos municípios dentro dos clusters do Norte e Nordeste possuíam alto IVS e baixo IDHM.
Conclusões/Considerações Este estudo identificou áreas vulneráveis à COVID-19 e que possivelmente necessitem de melhor alocação de recursos da saúde, postos de vacinação e estratégias para mitigar os efeitos da doença. Os municípios brasileiros sofreram impactos devido a COVID-19 em magnitudes diferentes. Tais disparidades podem ser explicadas pelas desigualdades no acesso aos serviços de saúde e devem ser consideradas ao analisar o contexto da pandemia no Brasil.
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