SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)
|
38560 - FATORES ASSOCIADOS AO ADOECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM PELA COVID-19 EM TRÊS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS NO BRASIL IURY ANTÔNIO DE SOUZA - UFJF, BRUNO DA COSTA MARIANO - UFJF, FÁBIO DA COSTA CARBOGIM - UFJF
Apresentação/Introdução A pandemia da COVID-19 demonstrou a importância de implementar uma gestão estratégica que priorize a segurança dos profissionais de enfermagem da linha de frente. Características demográficas, tais como o setor de trabalho, comorbidades e treinamento prévio, podem influenciar as chances de contaminação dos profissionais de enfermagem durante crises no sistema de saúde.
Objetivos Avaliar fatores associados ao adoecimento dos profissionais de enfermagem causados pela COVID-19 de acordo com variáveis sociodemográficas, clínicas e laborais.
Metodologia Estudo transversal realizado entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021, mediante autorizações e aprovações necessárias (CAAE 33982220.2.1001.5133), sendo aplicado a profissionais da enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares) de três hospitais universitários brasileiros, dois localizados na região sudeste e um na região nordeste, os quais foram referência regional no atendimento para COVID-19. Os dados foram coletados pelo instrumento Research Electronic Data Capture (RedCap), disponibilizado de forma online, o qual compreendia características sociodemográficas, comorbidades, condições de trabalho e adoecimento por COVID-19. Os dados foram analisados no software Stata versão 15.0.
Resultados Participaram 859 profissionais com predomínio de técnicos de enfermagem (56,7%). A taxa de acometidos pela COVID-19 foi de 41,8% e 67,5% dos contaminados trabalhavam em apenas um hospital. Cerca de 53,3% dos profissionais atuavam exclusivamente com pacientes com COVID-19 e 77,6% foram capacitados para tal cuidado. A maioria (74,4%) dos profissionais relatou não estar no grupo de risco, entretanto, 5% apresentavam obesidade, e o risco de um profissional de enfermagem obeso adquirir COVID-19 é três vezes maior (OR: 3,28; IC 95% 1,05 a 10,27). Cerca de 39,4% relataram a falta de equipamentos de proteção individual, como máscara N95/PFF2 (17,4%), associando-se à ocorrência de COVID-19 (p<0,012).
Conclusões/Considerações A obesidade se mostrou como um fator considerável associado ao adoecimento dos profissionais de enfermagem por COVID-19. Além disso, a falta de equipamentos de proteção individual e a falta de máscaras N95/PFF2 também se relacionam ao adoecimento. Sugere-se que o tipo de instituição hospitalar, o setor de trabalho, a ocupação e atividades desenvolvidas são fatores que também podem contribuir para um maior risco de contaminação.
|