Sessão Assíncrona


SA5.3 - ANÁLISES POPULACIONAIS DOS IMPACTOS DA PANDEMIA E MANEJOS NO CUIDADO ÀS POPULAÇÕES AFETADAS (TODOS OS DIAS)

38512 - VIOLÊNCIAS MAIS PREDOMINANTES EM MULHERES PRETAS/PARDAS NO CENÁRIO DA PANDEMIA DA COVID-19 NO AMAZONAS, 2020 E 2021
THALITA DE AGUIAR OLIVEIRA - CENTRO EDUCACIONAL FAMETRO, MARIA GABRIELA TELES DE MORAES - CENTRO EDUCACIONAL FAMETRO, DANIELLY SANTOS DE SOUSA - CENTRO EDUCACIONAL FAMETRO, ANA PAULA DOS SANTOS COSTA - CENTRO EDUCACIONAL FAMETRO, ERIAN DE ALMEIDA SANTOS - FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE AMAZONAS


Apresentação/Introdução
A violência contra a mulher tem ganhado grande repercussão mundial no contexto da pandemia da COVID-19, sendo reconhecida como uma quebra dos direitos humanos, atingindo não somente o direito à vida, mas também a saúde física e mental. Apesar da importância do tema, pouco se tem estudado sobre os tipos de violência que assolam as mulheres pretas/pardas durante a pandemia no Amazonas.

Objetivos
Descrever o perfil sociodemográfico e os casos de violências mais predominantes em mulheres pretas/pardas no estado do Amazonas, no período de 2020 e 2021.

Metodologia
Os dados foram obtidos a partir do banco de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) disponibilizados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), sendo as duplicidades e inconsistências previamente tratadas. As variáveis utilizadas no estudo foram: faixa etária, vínculo do provável agressor com a vítima, situação conjugal, escolaridade, local de ocorrência e tipo da violência. Os dados foram analisados por estatística descritiva utilizando medidas de frequência absoluta e relativa. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa da Fundação Alfredo da Mata com parecer nº 4.709.113, CAAE: 34200220.0.0000.0002.

Resultados
Foram notificados 863 e 882 casos em mulheres pretas/pardas, em 2020 e 2021, respectivamente, o que representa cerca de 75% em relação às demais raças/cores. As mulheres de 20 a 29 anos (28%/2020 e 29%/2021), solteiras (aproximadamente 70% nos dois anos) e com fundamental incompleto (38%/2020 e 40%/2021) foram as principais vítimas. Os cônjuges foram os principais agressores (23%/2020 e 21%/2021), com ocorrência principalmente na residência (66%/2020 e 73%/2021). A violência física (60%/2020 e 69%/2021) e a sexual (29%/2020 e 20%/2021) foram mais predominantes. Ademais, a violência psicológica foi de 19 para 39 casos, um aumento de 105% de 2020 para 2021.

Conclusões/Considerações
Constata-se a extensão dos crimes praticados contra mulheres pretas e pardas durante a pandemia, visto o elevado número de casos no ambiente familiar praticada pelo próprio cônjuge. Portanto, é importante o levantamento de dados sobre a violência nestes grupos mais vulneráveis e assim, promover ações e campanhas voltadas para a prevenção deste agravo e o acolhimento de mulheres amazonenses em situação de risco.