SA5.2 - EXPERIÊNCIAS, CONSEQUÊNCIAS E LEGADOS DA PANDEMIA DE COVID-19 (TODOS OS DIAS)
|
44508 - REPERCUSSÕES DA PANDEMIA POR COVID-19 À SAÚDE MENTAL DE PESSOAS REFUGIADAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA MARIÁ LANZOTTI SAMPAIO - UNIFESP, CLÁUDIA DE JESUS PINHEIRO - UFBA, JAMILY CERQUEIRA ETINGER ALMEIDA NOVAIS - UFBA, MARIANNA MATOS SANTOS - UFBA, NÍLIA MARIA DE BRITO LIMA PRADO - UFBA, MARIA CAROLINE ROCHA CORDEIRO - UFBA, DENISE MARTIN - UNISFESP
Apresentação/Introdução Refugiados são pessoas forçadas a deixar o país de origem em decorrência de perseguições ou graves ameaças aos direitos humanos. A pandemia por Covid-19 acirrou quadro de vulnerabilidade vivido por estas pessoas e promoveu impactos multidimensionais. Apesar das repercussões desta realidade para a saúde mental de pessoas refugiadas, há escassez de estudos científicos voltados à temática
Objetivos Identificar e sistematizar as repercussões da pandemia por Covid-19 à saúde mental de pessoas em situação de refúgio.
Metodologia Trata-se de Revisão Sistemática rápida utilizando o protocolo PRISMA. Busca realizada nas bases de dados: Web of Science, Pubmed e Scielo com descritores identificados no MeSh/DesCs terms; Mental health, Covid-19 e Refugees, nos idiomas português e inglês. A elegibilidade dos estudos foi conduzida por dois revisores independentes, utilizando o software Rayyan e as divergências foram solucionadas por consenso. Dos 143 estudos, 45 foram excluídos por duplicação, 63 pelos critérios de elegibilidade, 3 com texto incompleto e 6 após leitura na íntegra. Os 13 estudos elegidos foram sistematizados conforme autor, título, ano e periódico, objetivo, amostra, metodologia e principais achados.
Resultados Os estudos incluíram refugiados iraquianos, povo Rohingyas e Yazidis, butanases, birmaneses, africanos e sírios; 76,9% tiveram abordagem quantitativa 15,4% qualitativa e 7,7% misto. As categorias temáticas foram: a) Sofrimento relacionado à determinação social da saúde: perda laboral, insegurança econômica, alimentar e de moradia; endurecimento de políticas migratórias; b) Preconceito e xenofobia: correlacionados ao aumento de sofrimento; c) Adoecimento psíquico: pandemia como desencadeador e/ou intensificador de sofrimento d) Dificuldade de acesso aos serviços de saúde: por suspensão; barreiras linguísticas, e/ou desconhecimento sobre o sistema de saúde do país
Conclusões/Considerações As repercussões da pandemia à saúde mental de pessoas refugiadas se interrelacionam com desigualdades e vulnerabilidades estruturais da sociedade e com pouco alcance das políticas de saúde e social. Os resultados apontam para a urgência transcender perspectivas patologizantes e viruscentradas e investir na implementação de ações de cuidado e políticas sociais e de saúde que abarquem a heterogeneidade e reais necessidades evidenciadas.
|