Sessão Assíncrona


SA5.2 - EXPERIÊNCIAS, CONSEQUÊNCIAS E LEGADOS DA PANDEMIA DE COVID-19 (TODOS OS DIAS)

44384 - INSEGURANÇA ALIMENTAR E MEDO DE COVID-19 EM MULHERES
CAIO CÉSAR FERREIRA ALVERGA - UFPB, FLORA LUIZA PEREIRA DO NASCIMENTO FREIRE - UFPB, RODRIGO PINHEIRO DE TOLEDO VIANNA - UFPB, RAFAELA LIRA FORMIGA CAVALCANTE DE LIMA - UFPB, BEATRIZ ANDRADE - UFPE


Apresentação/Introdução
A insegurança alimentar é um determinante social da saúde que atinge demasiadamente as minorias raciais e étnicas assim como as famílias de baixa renda e tem sido associada a desordens nutricionais em mulheres adultas em idade reprodutiva em diferentes países. A alimentação é um direito humano fundamental que foi violado durante a pandemia do coronavírus, causando uma recessão sem precedentes.

Objetivos
Logo, o presente estudo tem como objetivo descrever as percepções de medo causado pela pandemia da COVID-19, segundo as condições de insegurança alimentar.

Metodologia
Trata-se de um estudo transversal com dados coletados em 2021, num cenário de alta transmissibilidade. Participaram deste estudo 73 mulheres através de contato telefônico em virtude da pandemia. A situação da segurança ou alimentar foi avaliada através da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar e foram agrupadas as famílias que possuíam segurança alimentar com aquelas em insegurança alimentar leve, vs insegurança alimentar moderada e grave, perfazendo duas categorias. O medo de COVID-19 foi avaliado com a escala de medo de COVID–19 categorizados em dois grupos divididos pela mediana e classificados como “com medo” e “sem medo” de COVID-19. Os dados foram analisados com software R.

Resultados
A escala de medo de COVID-19 possui 7 questões, e seis itens tiveram maior frequência na vulnerabilidade das mulheres, descritas pelas situações de IA moderada/grave, a saber: ‘pensar no COVD-19 me deixa desconfortável’ (60 vs 79), ‘atualmente o que mais tenho medo é do COVID-19’ (77 vs 82), ‘problemas com sono ao pensar que posso ser contaminada’ (21 vs 23), ‘tenho palpitações se penso que posso ser contaminada’ (37 vs 47), ‘minhas mão ficam úmidas’ (23 vs 42) e ‘medo de perder a vida por causa do coronavírus’ (66 vs 71%). Somente o item ‘sentir-se desconfortável ao pensar no coronavírus’ foi mais frequente entre as mulheres com segurança alimentar ou insegurança alimentar leve (91 vs 74%).

Conclusões/Considerações
Os dados do presente estudo demonstram uma atual predominância do medo da COVID-19 em mulheres em situação de insegurança alimentar nos seus níveis mais preocupantes (moderada e grave), devendo ser considerados no desenvolvimento de políticas públicas no contexto alimentar e da saúde mental no público feminino.