Sessão Assíncrona


SA5.2 - EXPERIÊNCIAS, CONSEQUÊNCIAS E LEGADOS DA PANDEMIA DE COVID-19 (TODOS OS DIAS)

43330 - PROCESSO DE TRABALHO DAS EQUIPES DE SAÚDE BUCAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NA PANDEMIA DA COVID-19 EM UM MUNICÍPIO BAIANO
ADRIELE SOUZA CALDAS - ISC-UFBA, SANDRA GARRIDO DE BARROS - FO-UFBA


Apresentação/Introdução
A pandemia da COVID-19 implicou na reorganização dos serviços para mitigar casos e proteger profissionais. As propostas dos três níveis de gestão do SUS incluíam a suspensão dos atendimentos odontológicos eletivos, com manutenção dos atendimentos de urgência. Nesse sentido, as equipes de saúde bucal de Atenção Primária à Saúde (eSB/APS) assumiram diversas funções no enfrentamento à pandemia.

Objetivos
Este trabalho buscou analisar a (re)organização do processo de trabalho das eSB/APS) na pandemia da COVID-19 e identificar as estratégias propostas pelos níveis federal, estadual e municipal para a sua atuação das no enfrentamento à pandemia.

Metodologia
Foi realizado um estudo de análise documental sobre a inserção da eSB/APS nas ações e atividades realizadas durante o enfrentamento à pandemia, bem como das ações realizadas nos serviços de saúde bucal entre março/2020 e janeiro/2022. Os documentos norteadores e suas atualizações foram identificados em sites oficiais de organismos internacionais (OMS, OPAS), Ministério da Saúde (MS) e Secretarias de Saúde do Estado (SES) e Municipal (SMS). Foram incluídos documentos com a referência ao processo de trabalho da eSB/APS. Os achados foram analisados à luz do referencial teórico do processo de trabalho em saúde de Mendes-Gonçalves e do conceito de modelos de atenção à saúde.

Resultados
Foram identificados 11 documentos: 01 da OPAS, 07 do MS, 01 da SES e 02 da SMS. Observou-se que as orientações se restringiam ao uso de EPI e participação no apoio diagnóstico e terapêutico à COVID-19. Quanto às ações da eSB/APS, a ênfase sempre foi na reorganização da assistência odontológica clínica, com suspensão de atendimentos eletivos e manutenção de atendimentos de urgência, sem menção a ações de caráter coletivo, seja com relação à COVID-19, seja na orientação do retorno das atividades eletivas. A suspensão dos atendimentos odontológicos promoveu o deslocamento do dentista para ações de triagem, testagem e monitoramento de casos, e para a gestão, seja no nível local ou central.

Conclusões/Considerações
O processo de trabalho desenvolvido durante o enfrentamento à pandemia de COVID-19, aproximou-se do modelo de vigilância da saúde. Contudo, a manutenção dessas práticas não pode ser garantidas com o retorno dos atendimentos eletivos, diante da hegemonia da prática assistencial em relação às ações de promoção à saúde, ignoradas nos documentos analisados, relacionados ainda com a formação profissional para a clínica.