SA5.2 - EXPERIÊNCIAS, CONSEQUÊNCIAS E LEGADOS DA PANDEMIA DE COVID-19 (TODOS OS DIAS)
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42866 - COMO FICOU A SAÚDE MENTAL DE DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19? MACIEL ALVES DE MOURA - UEFS, PALOMA DE SOUSA PINHO FREITAS - UEFS, ALINE MACEDO CARVALHO FREITAS - UEFS, JULES RAMON BRITO TEIXEIRA - UEFS, MAYANA CEZAR MIRANDA - UEFS, TARCISO DE FIGUEIREDO PALMA - UEFS, ARIANE CEDRAZ MORAIS - UEFS, NATÁLIA DO CARMO ARAÚJO - UEFS, TÂNIA MARIA DE ARAÚJO - UEFS
Apresentação/Introdução Os Transtornos Mentais Comuns caracterizam-se por sintomas depressivos, ansiosos, mudança de humor, baixa energia vital e sintomas somáticos que podem dificultar a realização das atividades laborais. Na pandemia da COVID-19, os docentes universitários enfrentaram a adoção em larga escala do trabalho remoto, o que elevou a sobrecarga de trabalho, com potencial impacto na saúde mental docente.
Objetivos Estimar a prevalência de Transtornos Mentais Comuns (TMC) em docentes do ensino superior de instituições públicas, durante a pandemia da COVID-19 e avaliar os fatores associados à sua ocorrência.
Metodologia Estudo transversal integrado ao projeto “Trabalho Docente e Saúde em Tempos de Pandemia (Covid-19)”, realizado pelo Núcleo de Epidemiologia da Universidade Estadual de Feira de Santana e Núcleo de Saúde Trabalho e Educação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e parceria dos sindicados ADUFS/UEFS e APUR/UFRB. A coleta de dados do tipo websurvey foi realizada com 777 docentes do ensino superior de duas universidades públicas da Bahia, entre junho de 2020 e fevereiro de 2021. Os TMC foram avaliados pelo Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). Foram estimadas prevalências de TMC segundo estratos de interesse. Empregou-se teste Qui-quadrado de Pearson na análise bivariada.
Resultados A prevalência de TMC foi preocupante, atingindo 47,7% (n=362) e foi mais elevada em mulheres (51,4%; n=231) comparadas aos homens (42,3%; n=131) (p=0,013); de idade <44 anos (54,2; n=200) comparada a ≥45 anos (41,5%; n=162) (p<0,001); sem companheiro (54,0%; n=122) comparado a quem tinha (45,0%; n=240) (p=0,024); presença de comprometimento excessivo no trabalho (62,4%; n=274) comparado à ausência (27,4%; n=83) (p<0,001); presença de Desequilíbrio Esforço-Recompensa (51,0%; n=294) comparado à ausência (30,3%; n=37) (p<0,001); em situação de demanda laboral invadindo o tempo para o cuidado de si (63,7%; n=256) comparado à não invasão (29,4%; n=101) (p<0,001).
Conclusões/Considerações A pandemia remodelou as formas de exercer o ofício docente, impactando no adoecimento mental da categoria. Questões de gênero, geração e condições de trabalho associaram-se aos TMC com destaque para estressores ocupacionais. Os resultados fortalecem a necessidade da melhoria das condições de trabalho, discussão de políticas de enfrentamento pós pandemia e medidas de regulação das formas de exercer o ofício docente com proteção à saúde docente.
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