SA5.2 - EXPERIÊNCIAS, CONSEQUÊNCIAS E LEGADOS DA PANDEMIA DE COVID-19 (TODOS OS DIAS)
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40875 - DESAFIOS E ESTRATÉGIAS VIVENCIADAS POR TRABALHADORES DE UM SERVIÇO HOSPITALAR DE REFERÊNCIA PARA COVID-19 EM SALVADOR-BA MARCELO EDUARDO PFEIFFER CASTELLANOS - PPGSC/ISC/UFBA, MÔNICA ANGELIM GOMES DE LIMA - PPGSAT/ISC/UFBA, EMILY LIMA CARVALHO - PPGSC/ISC/UFBA, KARLA FREIRE BAÊTA - PPGSC/ISC/UFBA, PEDRO FRAGOSO COSTA JÚNIOR - PPGSC/UFBA, DANIEL PEREIRA BARBOSA - ISC/UFBA, ANA MARIA FREITAS TEIXEIRA - CECULT/UFRB
Apresentação/Introdução O poder público investiu na atenção hospitalar, através da expansão dos leitos de UTI, como principal medida assistencial para enfrentar a pandemia de Covid-19. Os trabalhadores da atenção hospitalar tiveram que adotar estratégias para lidar com desafios específicos relativos às mudanças nas condições e processos de trabalho em saúde na linha de frente de enfrentamento dessa pandemia.
Objetivos Identificar desafios e estratégias vivenciadas por trabalhadores de um serviço hospitalar de referência para COVID-19, em Salvador-BA, diante das mudanças no trabalho em saúde relacionadas à pandemia.
Metodologia No âmbito do OBSERVACOVID, pesquisa aprovada pelo CEP do ISC/UFBA, investigou-se o principal hospital estadual de referência para Covid-19 na Bahia, sendo realizadas 68 entrevistas semi-estruturadas com diversos trabalhadores. As entrevistas foram realizadas de forma remota, através de plataformas digitais, por equipe devidamente treinada. Elas tiveram duração média de 50min, tendo sido gravadas e transcritas. Aqui são apresentadas análises preliminares das entrevistas com trabalhadores de UTI (principalmente médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e equipes de higienização).
Resultados Dentre os desafios, destacam-se: a sobrecarga de trabalho (jornadas, afastamentos e atribuições de trabalho aumentadas); adaptação às mudanças sucessivas nas dinâmicas, protocolos e tecnologias de trabalho; ampliação e recomposição das equipes; isolamento; lidar cotidianamente com o desconhecido; intensificação da morte no horizonte de trabalho. Esses desafios requisitaram aprendizados rápidos e um lançar-se (em risco) em situações críticas, em meio a um forte senso de compromisso, conflitos, perdas de confiança e (re)construção de redes de apoio mútuo para lidar com essas situações. Essas estratégias envolveram regulações do trabalho realizadas nas práticas cotidianas dos trabalhadores.
Conclusões/Considerações As transformações do trabalho em saúde envolveram posições ativas dos trabalhadores diante das situações vivenciadas. As regulações do trabalho operadas pelos próprios trabalhadores ajudaram a enfrentar as situações em quadros instáveis de ação social e reforçaram o sentido de reciprocidade e confiança entre eles.
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