Sessão Assíncrona


SA5.2 - EXPERIÊNCIAS, CONSEQUÊNCIAS E LEGADOS DA PANDEMIA DE COVID-19 (TODOS OS DIAS)

40086 - EMERGÊNCIA EM SAÚDE PÚBLICA DE IMPORTÂNCIA NACIONAL NO COMBATE À PANDEMIA DE COVID-19 EM ÁREAS INDÍGENAS DE MATO GROSSO
MARIA DO CARMO SOUZA - SES/MT, TATIANA HELENA BELMONTE - SES/MT, MARCIA CRISTINA RAUBER - SES/MT


Período de Realização
A ação ocorreu no território dos DSEIs: Xavante, Araguaia e Cuiabá de 27/07/2020 a 15/08/2020.

Objeto da experiência
A experiência teve como objetivo geral integrar a equipe das forças armadas na ação de combate à COVID-19 no território indígena.

Objetivos
O objetivo da ação foi diminuir o risco da disseminação do SARS-CoV-2 no território indígena. Durante a ação foram realizadas triagem, atendimento médico de diversas especialidades, testagem para COVID-19, dispensação de medicamentos e distribuição de kits de higiene pessoal e máscaras.

Metodologia
A ação tinha como metodologia a intervenção direta com atuação coordenada, interlocução com outras áreas do setor saúde e com órgãos intersetoriais para garantir uma resposta oportuna e eficiente. A equipe da SES/MT nesta ação era composta por técnicos da vigilância em saúde e CIEVS. A atuação do CIEVS era de articulação, organização, logística e comunicação para atuação e integração da equipe e dos recursos disponibilizados pela SES com as demais equipes no trabalho de campo.

Resultados
Nessa ação, foram atendidas 14 aldeias, tendo sido percorridos ao todo 6.457 km de distância. Foram realizados 463 testes rápidos para COVID-19 específicos na população indígena. Destes, 33,26% tiveram resultados negativos, e 66,74% tiveram resultado positivos. Os indígenas mais afetados foram da etnia Xavante, diferente do observado na aldeia Fontoura, da etnia Karajá, que tem um acesso mais restrito, onde foi encontrado uma positividade de 7,8% e negatividade de 92,2%.

Análise Crítica
Em relação aos resultados dos testes COVID-19 percebe-se que a comunidade indígena foi bastante afetada pela doença, principalmente a etnia Xavante, justificável pela proximidade e facilidade de contato com a comunidade local de municípios próximos às aldeias. A disseminação do SARS-CoV-2 na etnia Karajá foi mais tardia, pois o acesso para à aldeia Fontoura, situada na ilha do bananal, requer travessia de balsa ou barco e 40 minutos de transporte terrestre.

Conclusões e/ou Recomendações
Além da ação de combate à COVID-19, apesar de desafiadora, essa missão foi bastante enriquecedora e nos permitiu conhecer com maior profundidade a cultura das etnias indígenas (Xavantes, Karjás, Tapirapé e Boróro), contribuindo com a produção de normativas mais apropriadas para a realidade indígena. Mostrando a importância das ações in loco para o reconhecimento das necessidades e intervenções oportunas.