Sessão Assíncrona


SA5.2 - EXPERIÊNCIAS, CONSEQUÊNCIAS E LEGADOS DA PANDEMIA DE COVID-19 (TODOS OS DIAS)

39553 - PRÁTICAS DA ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO E PARTO DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: ANÁLISE PRELIMINAR
FABIANA RAMOS DE MENEZES - UFMG, THALES PHILIPE RODRIGUES DA SILVA - UFMG, ANA PAULA VIEIRA FARIA - UFMG, MARIANA SANTOS FELISBINO-MENDES - UFMG, LUANA CAROLINE DOS SANTOS - UFMG, MARIA ALBERTINA DE ALMEIDA PEREIRA CANASTRA - ULSM, MARIA MARGARIDA LEITÃO FILIPE - ULSM, FERNANDA PENIDO MATOZINHOS - UFMG


Apresentação/Introdução
A pandemia da COVID-19 pode ter modificado a condução das práticas obstétricas no momento do trabalho de parto (TP), parto e nascimento. No Brasil, muitas destas práticas já acontecem sem evidências científicas, com o uso excessivo de intervenções desnecessárias e este cenário pode ter sido agravado pelo contexto da pandemia.

Objetivos
Analisar as repercussões do contexto da pandemia COVID-19 nas práticas da assistência ao TP e parto de mulheres que pariram em hospitais públicos de Belo Horizonte – Minas Gerais (MG).

Metodologia
Estudo transversal e comparativo, com dados preliminares da pesquisa “Parto e aleitamento materno em filhos de mães infectadas por SARS-CoV-2”, realizada em três maternidades de referência em Belo Horizonte - MG (CAAE: 32378920.6.1001.5149). Seus resultados foram comparados ao estudo “Nascer em Belo Horizonte: Inquérito sobre o parto e nascimento” (CAAE - 0246.0.203.000-11), para investigação das práticas da assistência ao TP e parto para a parturiente e seu recém-nascido (RN), portadores ou não da infecção, antes e durante a pandemia. As comparações entre os estudos foram realizadas utilizando-se o teste Qui-quadrado de Pearson, com nível de confiança de 95%, por meio do programa estatístico Stata.

Resultados
Na comparação dos resultados entre os estudos pré e durante a pandemia, observou-se, aumento das práticas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como: oferta de dieta (48,90% para 98,65%), de métodos não farmacológicos para alívio da dor (MNF) (43,84% para 67,57%) e do aleitamento materno na primeira hora de vida do RN (60,31% para 77,98%). Houve redução de intervenções não recomendadas, como o uso rotineiro de episiotomia (15,73% para 2,09%), manobra de Kristeller (16,55% para 0,94%), infusão de ocitocina (45,55% para 28,07%), amniotomia (30,81% para 15,08%) e da posição litotômica durante o parto (71,23% para 6,54%) com diferença estatisticamente significativa (p<0,001).



Conclusões/Considerações
Os resultados entre os estudos mostraram um aumento significativo na proporção de uso de práticas recomendadas e redução de práticas não recomendadas durante o TP, parto e ao RN. Apesar dos avanços em direção ao estabelecimento das práticas recomendadas pela OMS no TP, parto e nascimento, ainda há predominância de uma prática intervencionista e medicalizada, especialmente em virtude de ocorrências, como a pandemia.