SA5.2 - EXPERIÊNCIAS, CONSEQUÊNCIAS E LEGADOS DA PANDEMIA DE COVID-19 (TODOS OS DIAS)
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38743 - EDUCAÇÃO POPULAR NO CONTEXTO DA PANDEMIA: SABERES POPULARES DO CAMPO E O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 HAYDA ALVES - UFF-RIO DAS OSTRAS, MARIA RAIMUNDA PENHA SOARES - UFF-RIO DAS OSTRAS, RUTE RAMOS DA SILVA COSTA - UFRJ-MACAÉ, SUENYA SANTOS DA CRUZ - UFF-RIO DAS OSTRAS, VANESSA SCHOTTZ - UFRJ-MACAÉ, KATIA I. MARRO - UFF-RIO DAS OSTRAS, RAMIRO MARCOS DULCICH PICCOLO - UFF-RIO DAS OSTRAS
Apresentação/Introdução Ainda que plurais os territórios rurais possuem vivências comuns enquanto territórios vulnerabilizados que experienciam efeitos da crise sanitária e social instalada pela pandemia da Covid-19. Mas também, expressam estratégias de resistências e soluções populares importantes ao enfrentamento da pandemia. A educação popular é capaz de fortalecer tais práticas como fundamentos do cuidado à saúde.
Objetivos Construir aprendizados a partir de saberes e práticas emergentes de territórios rurais no contexto de pandemia da Covid-19 como fundamentos para práticas educativas e de cuidado à saúde da população do campo.
Metodologia Trata-se de uma pesquisa-ação participativa em saúde realizada na pandemia da Covid-19 (jun/2020 a dez/2021) junto a territórios rurais do Rio de Janeiro: áreas de reforma agrária vinculadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Macaé; o Quilombo Machadinha, Quissamã; e um coletivo de mulheres vinculado à Articulação de Agroecologia Serramar (envolvendo municípios da baixada litorânea). A pesquisa exigiu estratégias presenciais e não presenciais: vídeo-diálogo; coleta de informações mediada por agentes de território; grupo de WhatsApp; rodas de conversa e oficinas de educação popular. A análise foi pautada em Paulo Freire; e Lélia González para os dados do quilombo.
Resultados O contexto da pandemia implicou acionar estratégias dialógicas de educação popular em saúde, presenciais e não-presenciais, conciliadas às dinâmicas dos territórios, às condições objetiva das comunidades e às suas demandas [individuais e coletivas]. Entre os aprendizados destacamos a importância de se construir diálogos para o cuidado comunitário em lugar de comunicados de saúde pautados em recomendações técnicas, distantes das possibilidades de prevenção e cuidado nos territórios rurais. A prevenção da Covid-19 adquiriu sentidos muito singulares, incluindo saberes e práticas relacionados à natureza, aos modos de (com)viver no lugar, à solidariedade, à memória ancestral e ao cuidado feminino.
Conclusões/Considerações As práticas de saúde, ainda que territorializadas, tendem à adesão a protocolos individualizantes que silenciam as pessoas do lugar e negligenciam os saberes populares como parte de um agir comunitário com densidade cultural e existencial (material e imaterial). Os saberes populares revelam formas de interação pautados na relação território-comunidade que dão sentido às formas de existir no lugar, aspecto fundamental às práticas de cuidado.
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