Sessão Assíncrona


SA5.2 - EXPERIÊNCIAS, CONSEQUÊNCIAS E LEGADOS DA PANDEMIA DE COVID-19 (TODOS OS DIAS)

38357 - QUALIFICAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIAS DE SAÚDE PARA ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DE COVID-19: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
ROMÁRIO CORREIA DOS SANTOS - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. ISC-UFBA, LIVIA MILENA BARBOSA DE DEUS E MÉLLO - CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. CAV-UFPE, ANA WLADIA SILVA DE LIMA - CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. CAV-UFPE, LILIANA SANTOS - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. ISC-UFBA


Período de Realização
Entre janeiro e julho de 2021, momento em que o Brasil registrou 500 mil óbitos por Covid-19.

Objeto da experiência
Atuação das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) para enfrentamento da pandemia de Covid-19 enquanto vigilantes populares e mobilizadoras comunitárias.

Objetivos
Descrever a operacionalização de um curso para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 na atenção primária à saúde centrando nos saberes e fazeres das ACS, implantado em vários municípios do estado de Pernambuco.

Metodologia
O Curso teve duração de 08 horas em cada município, tendo sido implantado a partir de três etapas: 1ª) pactuação, 2ª) formação de educadores e 3ª) formação das ACS. Foram abordados temas de forma lúdica e teatral embasados no referencial teórico da educação popular com recursos dialógicos e problematizadores da realidade e da conjuntura história. Alguns dos temas abordados foram a pandemia e o papel das ACS, mobilização comunitária e comunicação popular.

Resultados
O curso foi ofertado no estado de Pernambuco com alcance até o dia 10 de julho de 2021 de 04 municípios de portes populacionais diferentes e distância para a capital do estado que variou de 53 km a 618 km. A população total de participantes foi de 340 ACS, 70 profissionais de nível superior, 14 residentes em saúde. A formação se apresentou como oportunidade de inovar práticas profissionais e de ensino, estreitando a relação entre ciência, universidade e serviços de saúde.

Análise Crítica
Os desafios enfrentados para a realização do curso variaram entre: a) a hegemonia do modelo de atenção médico-hospitalocêntrico que tensiona os saberes e fazeres das ACS, a ponto de desconsiderar as necessidades dos territórios mesmo em contexto de pandemia; b) a desarticulação entre as profissionais de ensino superior da ESF e as ACS; c) a histórica burocratização do trabalho das ACS dentro da ESF com perda progressiva de habilidades da educação popular e mobilização comunitária.

Conclusões e/ou Recomendações
As ACS são trabalhadoras estratégicas podendo responder melhor ou não aos episódios pandêmicos a depender da convocação e reconhecimento do seu papel, sendo a educação popular um requisito fundamental para seu engajamento com segurança e efetividade. A educação popular refirmou os saberes das ACS nos territórios, dando-lhes legitimidade, potência e empoderamento das suas práticas, onde nosso hino se baseou na máxima “o povo cuidado do povo”.