Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

44349 - DESAFIOS DO APOIO MATRICIAL EM TEMPOS DE DESMONTE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE: EXPERIÊNCIAS DA SAÚDE MENTAL COLETIVA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
CLARISSA DANTAS DE CARVALHO - PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ., ALEXSANDRO BATISTA DE ALENCAR - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS- FORTALEZA/CE., EMANUELLA CAJADO JOCA - PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE., RONALDO RODRIGUES PIRES - CENTRO UNIVERSITÁRIO CHRISTUS- FORTALEZA/CE, MARIA ROCINEIDE FERREIRA DA SILVA - PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ., OLGA DAMASCENO


Período de Realização
Em 2021 reiniciou-se o matriciamento Saúde Mental/Atenção Primária à Saúde (APS) em Fortaleza/CE.

Objeto da experiência
Retomada do Apoio Matricial na APS, reconstruindo articulação em rede para garantias de cuidados integrais.

Objetivos
Relatar a experiência dos agentes matriciadores em Saúde Mental na APS considerando os desafios impostos pelo atual cenário de desmonte das políticas públicas de saúde. Analisar o contexto do matriciamento considerando o aumento das demandas de saúde mental no transcurso da pandemia de COVID-19.

Metodologia
Relato de experiência sobre a reconstrução do matriciamento na APS, no âmbito das demandas em saúde mental acentuadas na pandemia de COVID-19. Realizaram-se encontros mensais, mediados por três matriciadores dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas e do tipo II (Geral). Participaram uma média de cinco profissionais da APS, na maioria médicos. Buscou-se ampliar o número de participantes agregando outras categorias profissionais.

Resultados
As demandas em Saúde Mental aumentaram nos CAPS na pandemia, ensejando a busca de estratégias de atenção como o retorno do Apoio Matricial na APS. A retomada foi impactada pela ausência do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB), agora extinto pelo Ministério da Saúde, pela conformação atual de fluxos de atendimentos nas Unidades (cadastro e procedimentos) e o esvaziamento dos membros das equipes focalizando a participação do médico.

Análise Crítica
O novo modelo de financiamento da APS com a revogação de portarias que garantiam presença efetiva de equipes multiprofissionais, como o NASF, fragiliza ações como as do Apoio Matricial. Na mesma direção, a reorganização do trabalho da equipe da ESF, associada à redução de seus membros e a baixa valorização da perspectiva comunitária e territorial, impossibilita a produção de encontros dialógicos que fujam da medicalização e ambulatorização do cuidado em Saúde Mental.

Conclusões e/ou Recomendações
O momento atual nos serviços especializados da RAPS e a garantia da integralidade com a APS evidenciam a necessidade de uma Rede que ultrapasse a diversificação de serviços, mas que seja efetivamente integrada e atuante, tendo nos saberes interdisciplinares e na reorientação do olhar sobre o processo saúde-doença-cuidado, a construção de referências práticas para atenção em Saúde Mental no cotidiano das unidades de saúde da Atenção Básica.