SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)
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44326 - INIQUIDADES ÉTNICO-RACIAIS NAS HOSPITALIZAÇÕES POR COVID-19 NO BRASIL HEBERT LUAN PEREIRA CAMPOS DOS SANTOS - UFBA, NILIA MARIA DE BRITO LIMA PRADO - UFBA
Apresentação/Introdução No Brasil, a ineficiência na adoção de medidas para o enfrentamento da pandemia da Covid-19 contribuíram para maior exposição e morbimortalidade da população negra. A raça, enquanto um determinado social em saúde, é um definidor para adoção de medidas de proteção e de resposta aos problemas sociais e de saúde.
Objetivos Analisar as hospitalizações para tratamento clínico do coronavírus registradas pelo sistema público de saúde por raça/cor nos estados brasileiros entre fevereiro de 2020 a dezembro de 2021.
Metodologia Trata-se de um estudo documental, descritivo, exploratório, de abordagem quantitativa. A fonte de dados foi o SIH do SUS, disponível em livre acesso na plataforma on-line. Foram selecionadas todas as hospitalizações que tinham como procedimento tratamento clínico de infecção pelo coronavírus no período de fevereiro de 2020 a abril de 2021 no país, sendo excluídas as autorizações de internações hospitalares que não possuíam a variável raça/cor preenchida. As variáveis utilizadas foram: hospitalizações que demandaram uso de UTI, tempo médio de internação, letalidade e gastos públicos com hospitalizações por raça/cor.
Resultados Observou-se 671.426 hospitalizações para tratamento clínico da COVID-19, 180.263 com uso de UTI correspondendo a uma média mensal de 44.761 internações. Os dados de hospitalização proporcional por raça/cor evidenciaram que a população negra possuía as maiores proporções de internamento para tratamento clínico da Covid-19 em 23 dos 27 estados brasileiros. Dos 671.426 pacientes internados 180.263 necessitaram de internações com uso de UTI.A desagregação por raça/cor evidenciou semelhanças no que diz respeito às maiores proporções de internamento de pacientes negros que necessitaram de UTI quando comparado aos demais usuários.
Conclusões/Considerações A desigualdade e heterogeneidade regional na proporção das hospitalizações e imunizações e negligência de políticas de equidade e de informação em saúde e pode invisibilizar, continuamente, a alta morbidade da população negra no contexto da pandemia.
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