Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

43905 - DIFICULDADES NA REALIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 EM BELÉM DO PARÁ
PRISCILA ESTER LIMA DA SILVA - UFPA, HILTON PEREIRA DA SILVA - UFPA


Apresentação/Introdução
O pré-natal é um direito de todas as mulheres que, ao engravidar, iniciam um período que necessita de cuidados específicos à díade mães-bebê e à família. Traz vantagens para a saúde da coletividade como a identificação de doenças prévias, diagnósticos precoces, tratamento adequado para reduzir riscos às díade, prevenção, orientações e estabelece adequada parceria mãe-profissional-serviço de saúde.

Objetivos
Descrever principais dificuldades identificadas por mães de diferentes níveis sócio-econômicos para a realização adequada do pré-natal durante a pandemia de Covid-19 em Belém do Pará.

Metodologia
Estudo quali-quantitativo com abordagem etnográfica, envolvendo 21 mães de diferentes níveis socioeconômicos de Belém do Pará. Realizou-se entrevistas semiestruturadas entre junho/2021 e março/2022. Duas entrevistas foram online e dezenove foram presenciais. As entrevistas foram gravadas em Smartphone, salvas em nuvem e transcritas para serem revisadas, categorizadas e analisadas segundo a técnica de Bardin. Este é um dos produtos da pesquisa “Rede de Apoio Social: desafios dos cuidados materno-infantis durante a pandemia de Covid-19", que é um subprojeto do projeto guarda-chuva “Microbioma Intestinal Infantil: Uma investigação biocultural”, aprovado pela Conep (CAAE:25102719.4.0000.0067).

Resultados
Dez mães foram de baixa renda. Estas realizaram seus pré-natais em UBS de diferentes pontos da cidade, sendo que 1 também fez pelo PS Privado. As dificuldades relatadas foram adaptação à nova realidade pandêmica como a utilização de máscara, álcool em gel e distanciamento; atrasos da medica e entrega de exames, remarcação constante e aglomeração na área de espera da consulta com a obstetra. Das 11 entrevistadas de alta renda, 6 realizaram em clínicas particulares, 3 em hospital, 1 em Maternidade, 1 em UBS e 1 em URE e PS Privado. As dificuldades foram distanciamento social, agenda, exames presenciais, lockdown, atraso dos profissionais, desorientação, vacinação e outros tratamentos.

Conclusões/Considerações
A pandemia agravou as deficiências no SUS e nos Planos de Saúde. Ao olhar os resultados nos diferentes níveis socioeconômicos, evidenciou-se dificuldades similares como superlotação e baixa resolutividade no nível básico. Principalmente entre as mães de NSE baixo que em sua maioria utiliza unicamente o SUS. Porém as de NSE alto, também perderam qualidade na atenção. Os impactos dessa perda de qualidade só poderão ser avaliados no longo prazo.