Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

43389 - ASSOCIAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS SÉRICOS ELEVADOS DE HEMOGLOBINA GLICADA E INFECÇÃO PELO SARS-COV-2: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL, COVID-INCONFIDENTES.
SAMARA SILVA DE MOURA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (UFOP), LUIZ ANTÔNIO ALVES MENEZES JÚNIOR - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (UFOP), ANA MARIA SAMPAIO ROCHA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (UFOP), GEORGE LUIZ LINS MACHADO-COELHO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (UFOP), JÚLIA CRISTINA CARDOSO CARRARO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (UFOP), ADRIANA LÚCIA MEIRELES - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (UFOP)


Apresentação/Introdução
O SARS-CoV-2,agente etiológico da Covid-19,desencadeia infecções de espectro clínico variado. A literatura destaca complicações da covid-19 em pacientes com diabetes mellitus(DM).Parece existir mecanismos fisiológicos que levam à expressão elevada da Enzima Conversora de Angiotensina-2 nos pulmões e outros tecidos, acarretando aos indivíduos com DM maiores riscos de se infectar pelo SARS-CoV-2.


Objetivos
Frente ao exposto, este estudo teve como objetivo investigar a associação entre a hemoglobina glicada e a infecção pelo SARS-CoV-2 durante a pandemia da covid-19.


Metodologia
Estudo transversal de base populacional na área urbana dos municípios de Mariana e Ouro Preto/MG. Foram entrevistados face a face indivíduos maiores de 18 anos, a partir de amostragem estratificada por conglomerado. A avaliação de anticorpos anti-SARS-CoV-2 foi realizada pelo método imunocromatográfico qualitativo, utilizando o teste One Step Covid 2019® (Guangzhou Wondfo Biotech, China) e o nível de hemoglobina glicada (HbA1c) pelo método imunoturbidimetria (COBAS INTEGRA® 400 plus). A associação da infecção pelo SARS-CoV-2 e hemoglobina glicada foi feita por regressão logística, ajustada para sexo, idade, escolaridade, renda e índice de massa corporal.


Resultados
Foram avaliados 1762 indivíduos, a maioria do sexo feminino (51,9%), com idade entre 35 a 59 anos (45,6%), preto ou pardo (67,9%), casado (53,2%), com escolaridade mínima de nível médio (56,5%) e renda familiar abaixo de 5 salários mínimos (60,4%). Os valores médios da hemoglobina glicada foram 5,67% (IC95%: 5,58%-5,77%). Entre os indivíduos avaliados, 29,1% (IC95%: 24,4-34,3) tinham pré-diabetes e 7,0% (IC95%: 5,2-9,2) tinham diabetes. Na análise multivariada, o aumento de uma unidade na hemoglobina glicada aumentou em 23% a chance dos indivíduos serem soropositivos para o SARS-CoV-2 (OR: 1,23; IC95% 1,02-1,49).


Conclusões/Considerações
Os indivíduos que apresentavam níveis séricos aumentados de hemoglobina glicada tinham maiores chances de ter tido infecção pelo SARS-CoV-2. Dados na literatura ainda são inconclusivos sobre os mecanismos fisiopatológicos que tornam os pacientes com DM propensos à infecção por SARS-CoV-2. Os resultados podem contribuir coletivamente para uma melhor compreensão sobre suscetibilidade da população diabética que leva infecção por covid-19 e ao agravamento.