SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)
|
43267 - NOS BASTIDORES DA PESQUISA: REFLEXÕES INTER/AUTO-ETNOGRÁFICAS A PARTIR DE VIVÊNCIAS EM CAMPO NO AUGE DA VARIANTE ÔMICRON EM UMA CAPITAL DO NORDESTE ANA CLARA DE REBOUÇAS CARVALHO - UFBA, MARIA INÊS COSTA DOURADO - UFBA, LAIO MAGNO - UNEB, THAÍS REGIS ARANHA ROSSI - UNEB, SANDRA GARRIDO DE BARROS - UFBA, DENISE NOGUEIRA CRUZ - UFBA, CAMILA REIS - UFBA, SISSE FIGUEREDO DE SANTANA - UFBA
Apresentação/Introdução A pandemia da COVID-19, para além dos impactos sobre os processos de saúde e doença das populações em âmbito global, implicou expressivos desafios aos sistemas de saúde mundo afora. No caso do SUS, os tensionamentos provocados pela emergência sanitária produziram uma diversidade de respostas que mobilizaram todos os níveis de complexidade em suas diversas ações.
Objetivos Descrever os movimentos responsivos e/ou adaptativos de Unidades Básicas e de Saúde da Família de um distrito sanitário de uma capital do Nordeste no contexto do recrudescimento pandêmico associado à variante Ômicron.
Metodologia Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, que se insere em um projeto de investigação e intervenção para ampliação da testagem e monitoramento da COVID-19 em uma capital do Nordeste Neste recorte, vinculado à fase da pesquisa formativa, ocorrida entre os meses de dezembro/2021 a fevereiro/2022, a equipe de pesquisadores revisita auto-etnograficamente os bastidores, e os processos de imersão em campo realizados naquele período. Analiticamente, as produções auto-etnográficas interpelam-se entre si em uma perspectiva inter/auto-etnográfica, de modo a contrastar ou confluir categorias de análise emergentes dos múltiplos olhares e leituras em interação.
Resultados Os resultados emergem em dois principais eixos: 1) da avaliação da própria abordagem metodológica em seus desafios e potencialidades, especialmente, considerados objetos e/ou contextos sensíveis de pesquisa; 2) das categorias emergentes dos processos inter/auto-etnográficos. As auto-etnografias em interação se revelam processos de socialização das experiências em campo, de modo a contribuir para o adensamento das análises da pesquisa global. As categorias que se destacam evidenciam as intensas dificuldades de planejamento e execução de uma pesquisa cujo próprio objeto, a pandemia de COVID-19, colocou-se não raro enquanto fator restritivo e/ou modulador das ações em campo.
Conclusões/Considerações A pesquisa formativa revelou-se um espaço de intensas trocas, de escuta, de processos de construção de sentidos, e de uma permanente vigilância sobre as próprias condições de realização da pesquisa dados os riscos implicados difusamente. As reflexões inter/auto-etnográficas, por sua vez, ampliaram as trocas, favorecendo também a emergência de novas categorias analíticas em torno dos complexos processos de enfrentamento de uma pandemia.
|