Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

43219 - A CASA, A RUA, A PANDEMIA: PERFORMANCES DA VIOLÊNCIA EM TEMPOS DE COVID-19
ANA CLARA DE REBOUÇAS CARVALHO - UFBA, MARIA INÊS COSTA DOURADO - UFBA, LAIO MAGNO - UNEB, THAÍS REGIS ARANHA ROSSI - UNEB, SANDRA GARRIDO DE BARROS - UFBA, DENISE NOGUEIRA CRUZ - UFBA, CAMILA REIS - UFBA, SISSE FIGUEREDO DE SANTANA - UFBA


Apresentação/Introdução
A pandemia da COVID-19, em suas múltiplas perspectivas de enfrentamento, implicou a necessidade de adoção de uma série de medidas de contenção da acelerada transmissão do vírus, dentre elas, os desafiantes processos de isolamento social. Tais processos, a despeito da sua extrema importância, assistiram, contudo, tendências de intensificação de eventos violentos das mais variadas naturezas.

Objetivos
Este estudo objetivou descrever as expressões de violências a partir de percepções de profissionais e agentes comunitários de saúde (ACS) em Salvador, Bahia.

Metodologia
Trata-se de um estudo que se insere no projeto “Expansão das estratégias de testagem, quarentena, e-health e telemonitoramento para contribuir no enfrentamento da pandemia de COVID-19 no Brasil - TQT COVID-19”, em um distrito sanitário de elevada vulnerabilidade social de Salvador. Este recorte, vinculado à fase da pesquisa formativa realizada entre dezembro/2021 e fevereiro/2022, analisou os diários de campo, 22 entrevistas semi-estruturadas e 4 grupos focais realizados com agentes e profissionais de saúde. A análise concentrou-se nas narrativas reveladoras das principais vivências e manifestações violentas partilhadas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do ISC/UFBA.

Resultados
Os resultados mostraram que houve uma percepção de: recrudescimento das expressões de violência no âmbito da casa, e no bojo das relações familiares; acirramento de conflitos urbanos e situações mediações violentas em áreas dominadas pelo tráfico de drogas vinculadas às dinâmicas da pandemia; ocorrência de eventos violentos no interior dos serviços de saúde frequentemente relacionados a demandas voltadas à COVID-19, inclusive, direcionados aos recursos humanos em saúde; e aumento da sensação de medo e de insegurança entre ACS e profissionais de saúde no cotidiano dos serviços.

Conclusões/Considerações
Observamos percepções de intensificação das dinâmicas de violência historicamente vivenciadas por grupos populacionais diversos, seja na intimidade das relações dentro de casa, seja na sociabilidade complexa dos espaços públicos, inclusive, com múltiplos impactos sobre os serviços de saúde.