Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

42875 - SAÚDE MENTAL DE JOVENS VIVENDO COM HIV/AIDS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
CLAUDIA CARNEIRO DA CUNHA - UERJ, LUCIANE STOCHERO - ENSP/FIOCRUZ, WASHINGTON LEITE JUNGER - UERJ


Apresentação/Introdução
São muitos os efeitos sociais do estigma da AIDS e dos efeitos colaterais da terapia antirretroviral (TARV) na rotina de jovens vivendo com HIV/AIDS (JVHA). São comuns relatos de abandono de tratamento e de ansiedade e depressão, com uso de psicotrópicos associado à TARV. A COVID-19 significou uma maior ameaça para pessoas imunossuprimidas, com a possibilidade de afetar a saúde mental de JVHA.

Objetivos
Conhecer as repercussões da pandemia de COVID-19 na abertura ou agravamento de quadros de adoecimento psíquico de jovens vivendo com HIV/AIDS (JVHA).

Metodologia
Estudo transversal, em uma rede social e ativista, Rede Jovem Rio+ (RJR+) com cerca de 300 jovens e adultos que vivem com HIV/AIDS do estado do Rio de Janeiro, organizados em um grupo fechado no Facebook. A coleta de dados foi via um questionário online, anônimo, nos meses de setembro a novembro de 2020. Foram aferidas variáveis sociodemográficas, de apoio psicológico e/ou psiquiátrico, social e financeiro durante a pandemia e uso de medicamentos para além dos antirretrovirais. Os Transtornos Mentais Comuns (TMC) foram aferidos através do instrumento GHQ-12 Questionário Geral de Saúde (GHQ-12) com perguntas relativas às últimas duas semanas. Para a análise foi utilizado o ponto de corte 5.

Resultados
A prevalência de TMC no grupo estudado foi de 43,2%. Observou-se que, durante o contexto pandêmico, 60,2% dos participantes da Rede mantiveram contato com a RJR+ através de algum meio de comunicação ou presencialmente. Em relação ao tratamento psicológico e/ou psiquiátrico, viu-se que 70% dos participantes não faziam nenhum tratamento antes da pandemia, e, com a COVID-19, 22,4% recorreram a algum tipo de apoio psicológico e/ou psiquiátrico. Quanto ao uso de medicamentos, 30,2% faziam uso de medicamentos psiquiátricos como, ansiolíticos e antidepressivos, além dos antirretrovirais.

Conclusões/Considerações
O pertencimento à RJR+ e a grupos formais (ONGs) e informais, presenciais e/ou virtuais, funcionou como dispositivo adicional de suporte emocional, social, e até econômico. Esse resultado sugere o importante papel do apoio mútuo e da solidariedade nas respostas a pandemias. Entretanto, essas redes não são suficientes para determinadas situações de sofrimento, demandando a necessidade de cuidado especializado, psicológico e/ou psiquiátrico.