Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

42001 - VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: UM OLHAR SOBRE A MORTALIDADE FEMININA POR AGRESSÕES EM MINAS GERAIS EM TEMPOS DE PANDEMIA
LARISSA ROCHA MANHÃES ALVES - UFJF/GV, KAREN DUARTE MOREIRA - UFJF/GV, PALOMA DORNAS DE CASTRO - UFJF/GV, VITÓRIA CARVALHAIS GOULART - UFJF/GV, EULILIAN DIAS DE FREITAS - UFJF/GV


Apresentação/Introdução
Estudos têm demonstrado que o distanciamento social imposto pela pandemia do SARS-CoV-2 impactou os padrões de ocorrência de diversos eventos relacionados à saúde, dentre eles a violência. A nova realidade aumentou o contato vítima-agressor no ambiente doméstico, contribuindo assim para o aumento da vulnerabilidade das mulheres nesse ambiente, repercutindo nos registros de mortalidade feminina.

Objetivos
Descrever a tendência temporal da mortalidade de mulheres adultas de 20 a 59 anos, segundo a faixa etária, ocorridos em Minas Gerais (MG) de janeiro de 2010 a dezembro de 2020 e analisar o diagrama de controle desse agravo para o ano de 2020.

Metodologia
Estudo descritivo com dados secundários não nominais do Sistema de Mortalidade (SIM) de janeiro de 2010 a dezembro de 2020. Foram incluídas as mortes de mulheres entre 20 e 59 anos vítimas de agressões em MG, cuja causa básica compreendeu entre CID-10 X85 e Y099. As variáveis estudadas foram faixa etária, raça, escolaridade e CID-10. Utilizou-se estatística descritiva como análise de frequência, proporções, médias e taxas, assim como diagrama de controle e modelos de tendência temporal por faixa etária (20-29 anos, 30-39 anos, 40-49 anos e 50-59 anos) durante o período de estudo.

Resultados
Foram registrados 3.168 óbitos, sendo o perfil predominante da vítima mulher de 20-29 anos (36,6%), parda (53,8%), com 8-11 anos de estudo (23,9%). A análise da tendência temporal 2010-2020 revelou queda na mortalidade no período, com maior taxa em 2011 (3,44 óbitos/100.000 mulheres) e menor em 2020 (1,95 óbitos/100.000 mulheres). O diagrama de controle evidenciou irregularidade nesse indicador ao longo de 2020, ultrapassando o limite superior endêmico em fevereiro e permanecendo abaixo do limite inferior nos meses de janeiro, março, maio, junho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro.

Conclusões/Considerações
O perfil da vítima é semelhante a literatura nacional, com maior risco de morte por agressão para mulheres jovens. Destaca-se a modificação do comportamento dos óbitos ao longo de 2020, principalmente a partir de março, quando medidas de distanciamento social foram implementadas. A análise exploratória demonstra a necessidade de estudos adicionais sobre os efeitos indiretos da pandemia em desfechos de saúde, como a violência contra as mulheres.