Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

41009 - O ATO DE CUIDAR DO CORPO: COREOGRAFANDO NOVAS FRONTEIRAS E AGÊNCIAS NO CONTEXTO DA PANDEMIA
JULIEDE DE ANDRADE ALVES - UFBA, LUIZA GUIMARÃES CAVALCANTI SPINASSÉ - UFBA, MARIANA SANTOS BRITO - UFBA, LIGIA AMPARO-SANTOS - UFBA


Apresentação/Introdução
As recomendações dos órgãos de saúde, em decorrência da pandemia da COVID-19, indicam ter afetado os modos como as pessoas pensam, sentem e cuidam de seus corpos. Em cada um dos atos anteriores, eles protagonizaram as estratégias forjadas neste cenário, coreografando a reorganização da vida e, portanto, das novas maneiras de comprar, higienizar os alimentos, cozinhar e comer.


Objetivos
Compreender como as práticas corporais se configuraram durante o período de isolamento social em decorrência da pandemia de COVID-19, analisando suas permanências e transformações e os sentidos atribuídos ao corpo neste contexto.


Metodologia
A partir da divulgação da pesquisa nas redes sociais do NEPAC, 18 pessoas (20 a 61 anos) foram alocadas em três grupos focais: não nutricionistas residentes na Bahia, não nutricionistas residentes em outros estados e o grupo de nutricionistas. Realizamos, em julho/2020, três sessões de discussão com cada grupo, por meio de plataformas digitais. As gravações de cada encontro foram transcritas e analisadas. O material empírico de análise desta pesquisa contou com os diários de campo, as revisitações e as transcrições. Organizamos coletivamente em planilhas as categorias, buscando, na análise, extrair as categorias que emergiram como representantes do ato de cuidar do corpo.


Resultados

Os resultados da pesquisa sugerem a conformação de novas fronteiras para os corpos, desde que a OMS declarou situação de pandemia, em março de 2020. A análise dos dados revelou que, para as/os participantes dos grupos focais, o risco do adoecimento impôs limites na relação consigo mesmo (com o próprio corpo), com o ambiente (incluindo os alimentos) e com outras pessoas (sobretudo em função do distanciamento social), desenvolvendo-se, no processo, um olhar de vigilância para os movimentos que representariam exposição à contaminação, bem como outras práticas corporais adequadas a essa realidade.


Conclusões/Considerações
As análises revelaram que as transformações nos modos de viver. No processo, houve rupturas e continuidades, conflitos e contradições, indicando a centralidade das questões corporais neste momento, em que todas e todos parecem se esforçar por compreender a realidade que se apresenta. Tais colocações sinalizam, na concretude das experiências, a indissociabilidade entre as pessoas e o ambiente ao seu redor (próximo e mais amplo).