SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)
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40980 - DO DIAGNÓSTICO À REABILITAÇÃO: TRAJETÓRIAS DE USUÁRIOS COM SÍNDROME PÓS-COVID-19 NUMA REGIÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO BIANCA TOMI ROCHA SUDA - USP, NATALI VAZ PITUBA - USP, PAULO HENRIQUE DOS SANTOS MOTA - USP, AYLENE BOUSQUAT - USP
Apresentação/Introdução As incapacidades funcionais decorrentes de Covid-19 têm configurado demanda crescente e significativa, exigindo adequações dos sistemas de saúde. Avaliar trajetórias dos usuários desde seu diagnóstico até a obtenção de cuidados após complicações, englobando recursos mobilizados e fluxos estabelecidos, é essencial para a compreensão da organização da rede de saúde para o enfrentamento da pandemia.
Objetivos Identificar os fluxos assistenciais percorridos e as barreiras encontradas por usuários com quadro de sequelas funcionais após Covid-19 para obter cuidados em reabilitação multiprofissional.
Metodologia Foram realizados itinerários terapêuticos de 03 homens e 10 mulheres, com idades entre 38 e 80 anos, e tempo de internação de zero a 150 dias, com necessidade de reabilitação pós-Covid-19, indicados por equipe de um Centro Especializado em Reabilitação (CER) do município de São Paulo. Nenhum sujeito possuía deficiência prévia e todos foram diagnosticados no máximo 12 meses antes da entrevista. Relatos foram transcritos e analisados segundo os domínios: histórico pessoal, diagnóstico e internação, alta hospitalar, coordenação do cuidado, reabilitação. Observaram-se fatores de acesso a recursos, acessibilidade, suporte ofertado e participação do usuário, identificando as barreiras encontradas.
Resultados Foram relatadas experiências pessoais que definiram a preferência por serviços específicos na busca pelo diagnóstico. Durante a internação, houve dificuldades pela sobrecarga dos serviços de saúde, falhas de comunicação entre equipe e familiares, e alta sem garantia de continuidade da assistência por insuficiência da atenção domiciliar. Nota-se grande variação na atuação das UBS na coordenação do cuidado e na referência para especialidades. A gravidade de cada caso não foi determinante no tempo de espera por agendamento para reabilitação. No CER, as terapias físicas foram priorizadas em detrimento de queixas cognitivas, de saúde mental, das consultas médicas e de avaliações sociais.
Conclusões/Considerações No caso estudado, para a reabilitação de pessoas com síndrome pós- Covid-19, foram identificados grandes desafios para adequação da assistência desde o diagnóstico até o seguimento por equipe multiprofissional especializada. Embora um novo fluxo regulatório para reabilitação tenha sido estabelecido, não foi suficiente para garantir a equidade no acesso ou a integralidade do cuidado dos usuários com este tipo de demanda emergente da pandemia.
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